Esta expressão, tristemente característica duma terrível realidade, deve-se talvez ao facto de eu ter entre mãos duas capas a ela relativas: Uma sobre a família Himmler e outra sobre o drama de um milhão de judeus húngaros, já no fim da guerra.
Para uma delas, já tenho imagens.
Uma primeira foto dos Irmãos Himmler; uma segunda do mais tristemente célebre dos mesmos, Heinrich, fardado; e uma terceira da autora, uma sobrinha-neta do bicho, chamada Katrin.
Como existiu uma Katrin no meu percurso de vida, cujo pai fora SS, fiquei mais descansado ao observar, num relance, a terceira foto...
Solução Final.
Escrito assim, com as maiúsculas no princípio de cada palavra (caixa alta, para um assassino verde...) este termo evoca sem dúvida algo que a humanidade quererá esquecer, lembrando.
Foi horrível, é claro que foi. Não pelos números do massacre, seis milhões, bastante inferiores aos das vítimas de Estaline no mesmo período, ou das vítimas dos europeus nas américas, equivalentes a todos os mortos da segunda guerra mundial, ou até mesmo da Grande Fome causada pelo desespero incompetente de Maozedong durante a Revolução Cultural...
Não, não é pelos números.
É pela filosofia.
Pela primeira vez na história o Método foi aplicado num genocídio. Com uma logística impecável, com uma organização irrepreensível, com um planeamento invejável... à alemã.
Uma coisa é, uma turba de soldados americanos, fartos de verem os seus camaradas morrerem estilhaçados por bombas disfarçadas em montes de lixo, entrarem bêbados numa casa iraquiana e matarem toda a família excepto a miúda de quinze anos que ao passar todos os dias no checkpoint lhes provoca sempre uma breve erecção e que agora vai ser violada.
Outra é, desapaixonadamente, com método, eliminar milhões...
É uma pena, terem usado esse termo. Porque é meu. Sou um homem de soluções... e como gosto de trabalhar e não gosto de ter trabalho, quero que cada uma delas seja... final.
Existe um problema do catano. Abordei-o anteriormente em alguns tópicos: "Cuidado Humanos!" I e II e "Discos Voadores".
Está a tornar-se insustentável, a nossa dependência dos combustíveis fósseis. Neste momento toda a gente está de queixo espetado para os aumentos de preço da gasolina, mas isso é o que menos me preocupa agora.
Assim como há meses atrás cheirei este dramazito, cheiro de novo uma tragédia...
Não vou bater no ceguinho e explicar de novo o "porquê" conceptual de correr com o petróleo das nossas vidas. Neste momento começou a contagem decrescente para o culminar disto tudo: uma guerra. Mas não uma guerra como a do Yom Kippur, que funcionou como assobio duma panela de pressão numa crise parecida, ou de outra ida ao urinol como foi a invasão e ocupação do Iraque. Não...trata-se de uma guerra a sério, daquelas que limpam gerações.
Gosto de História, e este timeline de eventos tem o perfil de muitos que aconteceram ao longo da mesma, cujo desfecho foi esse.
É tempo de soluções. Se ainda forem a tempo...
Se eu mandasse... bastaria estar à frente de um pequeno país.
Este serve. De costas voltadas para a Europa e nariz enfiado no Atlântico.
Sempre foi um handicap, isso. Sendo assim, vamos usar a filosofia do judo e tornar a nossa desvantagem na nossa maior vantagem...
Ok...se eu mandasse...
— Sr. Primeiro Ministro, chegou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, para a reunião das onze e trinta.
— Muito bem, ele que entre.
— Como está, Sr. Primeiro ministro?— Pergunta o cientista, sempre embirrei com bigodes, mas aquele...
— Bem, podíamos estar todos melhor, não é verdade? — abro os olhos, e com a mão virada para a janela elucido-o— esta crise dos combustíveis, onde irá parar?— Pergunto.
— Bem...Sr. Primeiro Ministro, não é, de todo, a minha área... e a futurologia...
— Era uma pergunta de retórica, caro Mariano. Eu respondo-lhe: vai parar agora. Aqui e agora, neste gabinete. — Vejo-o a abrir os olhos, e curiosamente a boca também se distende enchendo-lhe a cara de brilhos, quer nos óculos, quer nos dentes. Deveria ser ao contrário, por questões de lógica muscular... E continuei — Temos algo mais eficaz, não poluente, potencialmente mais poderoso que qualquer combustível, e à borla...— Olhou para mim com um ar de desespero, o que me divertiu, devia estar a adivinhar uma qualquer crise de loucura...— Não olhe assim para mim, homem. Falo de água. Água destilada. Não é preciso ser engenheiro para saber que possui tudo o que é necessário para uma combustão: H2O. Oxigénio e Hidrogénio. Comburente e combustível. É o que gasta o sol. Quero que o meu carro gaste o mesmo...dentro de um ano. — o homem afundou-se na cadeira. — Mariano, não diz nada?...Tanto melhor...quem cala consente. É possível, não é? Vi logo. Você é homem para isto (apesar dessas gravatas, pensei eu...). Sempre admirei a sua capacidade científica...
— Mas senhor Primeiro-Ministro?... E os fundos?
— Os fundos... Os fundos, Mariano? Isso é lá ao fundo, o meu secretário passa-lhe um cheque...não vale a pena incomodar os meus contribuintes com esta ninharia...sacrifico as minhas férias, de qualquer forma não as iria ter, devido a esta crise... Eu é que vou dar o litro, nesta questão, não é você. Aturar os bancos, o seu colega dos Negócios Estrangeiros, os lobbys todos, as tentativas de assassínio... mas já tenho solução na manga para isso tudo. Neste momento a União Europeia está de olhos em mim...e em si. É a nossa última hipótese, face à Ameaça Chinesa. Vá lá, não lhe estou a pedir a Levitação, isso é a seguir, talvez para o ano... Não faça essa cara, homem. Os Irmãos Wright eram fabricantes de bicicletas...desenrasque-se. É o seu trabalho...
... E eu também tenho que me desenrascar, não tenho imagens para a segunda capa- aquela sobre o drama de um milhão de judeus húngaros, já no fim da guerra. Tenho que encontrar várias imagens... ou então inventar uma.
É o meu trabalho.
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40 comentários:
"Sou ainda nova e tenho muitas qualidade escondidas; sou jovem e forte e estou a viver uma grande aventura; estou mesmo no meio dos acontecimentos e não posso passar o dai inteiro a queixar-me por não me divertir!
Sou abençoada com muitas coisas: felicidade, bom humor e força.
Todos os dias me sinto a amadurecer, sinto a libertação a aproximar-se, sinto a beleza da natureza e a bondade das pessoas que me rodeiam.
Todos os dias penso em como é fascinante e divertida esta aventura!
Com tudo isto, porque hei-de desesperar?"
Anne M. Frank, 3 de Maio de 1944
patti
conhecendo-te o pouco que conheço adivinho que farias tuas essas palavras. muitos dias acontecem em que eu próprio as faria minhas...
contudo, devemos esperar o pior...
...e o meu estilo não é o da Anne... não desesperando, se puder fazer algo...
Este foi um de muitos pensamentos de milhões de crianças e adultos sentiram, mas que assassinos não deixaram vingar.
Faz uma capa preta, de preferência com cheiro a podre.
gosto demasiado do preto...inventa-me tu outra cor e fazemo-la a meias...
Encarnado com a textura leitosa do sangue.
Azul, daquele tom desmaiado, bem perto da cor da asfixia.
Os assassinos nunca devem ser esquecidos.
É um erro fatal esquecer o mal
por isso é que acho a História fundamental.
amigo
deixa-me votar em ti para PM...
quanto à segunda capa é sempre tão difícil eleger uma imagem ou uma palavra que consigam dizer o que queremos (mas vais conseguir)!
beijos de inspiração
Bolas Rocket, esta doeu... :|
carla
ainda bem que gostaste, sõ malucos destes que fazem as coisas avançar...
Quanto à segunda capa está mais que resolvida, até mesmo há alguns dias...
...é o meu trabalho.
bjinhos
tá-se bem
a malta a seguir paassa pelo teu...eh eh
até rimou!
abraço
Tenho uma dúvida: é Yon Kippur ou Yom Kippur?
Quanto à capa: sangue a raiar de fardas...
bjs
stôra
já está corrigido...
quanto à capa, nunca sigo estereótipos, arquétipos...a minha obrigação é surprender com algo de novo...faz parte do meu trabalho...
bjs
1º amei a foto do gato e ripei.a gentil.mente
2º adorei o delirio da ultima foto e não sei ainda se a ripo
3º li umas linhas , interessantes algo delirantes........:))))
é verdade qto à capa uma foto assim só do logotipo das ss:))
jocas maradas de marar
Cadê a lista de recolha de assinaturas? É que eu quero que vás a votos meu caro amigo. Pior do que está é difícil.
Um abraço
P.S.
Gostava de poder beijar o teu dedo grande do pé... como forma de agradecimento, pelas magníficas palavras que escreveste no charco.
su
a foto do gato foi colocada há meia hora...a outra fica bem no fim, no princípio sufoca, devido à falta de perspectiva. existem outros factores...
...acho que este tópico merece um outro sobre ele...
resolver a questão da capa é o meu trabalho.
ss? fiz uma outra sobre um espião chamado zigzag e o zz...
jocas maradérrimas
blueminerva
se o sócrates te lê...o homem faz spinning na bicicleta atrás da minha, no meu clube...
quanto ao dedo grande do pé, eu sabia que existiria um bom motivo para cortar as unhas dos pés há seis meses atrás...
porque carga de água é que mandas abraços?
eu, abraçar uma rapariga? so close?...hum...
beijinhos, que os mereces, és uma jóia!
Opah..fiquei sem sugestões..mas afinal faz o teu trabalho e desenrasca-te..;)
vita
vou contar-te um segredo...
não gosto de sugestões. se fosse engenheiro e o meu trabalho fosse desenhar pontes, ninguém me sugeria onde colocar os pilares, na certa...
as sugestões consomem-me... porque depois tenho que caridosamente explicar às pessoas o porquê de não as usar... é uma trabalheira... e firo algumas sensibilidades pelo caminho...
obrigado por não dares nenhuma...
é como dizes, o meu trabalho...
bjinhos
Quanto ao tema dos combustíveis, se fores candidato um dia, avisa para saber onde ponho a cruz.
Não sei se só com água lá vamos, não sendo a química a minha área, dá para ver que os componentes de facto estão lá. És um PM com ideias e estas fazem falta.
Adorava ter um Primeiro – Ministro que não fosse de férias a pensar nas minhas.
Quanto à capa, deixo-a para o profissional.
Saem quando?
Um abraço
hahaha ... isto é demais ... definitivamente always tuned!
O Gato é lindo, um dos teus?
É engraçado, hoje foi dia do jantar semanal da família, onde para além de se comer bem, se fala de tudo ... hoje em conversa sobre o tema de que falas, chegou-se a duas conclusões: 1ª - há especulação, não no preço de mercado, mas no valor financeiro e de transacção do negócio do petróleo, o que é diferente. 2º- Esta questão é a gota que pode derramar o copo e, se o fizer, pode ser a guerra. Uma prima minha fez um comentário adorável:: "parece que estou a ler um livro de história, vejo passar à minha frente todos os indícios academicamente estudados ao longo dos anos como sendo capazes de despoletar uma guerra, estão lá todos".
Beijinhos.
O gato é lindo!
Vou ser só um bocadinho chata e acrescentar isto: quanto ao "Método": sabes que sempre me questionei se, naquele momento e lugar, eu, hipoteticamente judia, me teria apercebido do timing necessário para fugir e salvar o pêlo. Li há pouco tempo, que até nisso, a máquina alemã e o método de que falas foi implacavelmente maquiavélico. Contrariamente à visão cinematografica que temos, os alemães não chegavam e ocupavam vilas e cidades à bruta, impondo de imediato e a frio as suas medidas de extermínio. Nada disso, recorriam ao chamado "deixa-los pousar", chegavam, instalavam-se, quietos, sossegados, deixavam passar semanas e meses, e depois então, pela calada, quando a vidinha tinha já reentrado na rotina dos dias, começavam paulatinamente a aplicar uma sucessão de medidas, ordenadamente estudada e pensada para que, de facto, nada, nem niguém lhes escapasse. Frio, calculista e premeditado em enorme escala.
Seria possível naquele momento prever o monstro? não sei, não ...
Seja a cor que for a capa, ideal seria colocar crianças em destaque. Choca, é triste, mas verdade.
Beijo
Bons textos,boas prespectivas... Parabéns!
Bjs & Abraços
O pinoka
em relação aos combustíveis, e à água como tal, referi-me a eles (e foi polémica, a discussão) nos posts que referi e num outro que não: discos voadores. Quem comentou deu-se ao trabalho de se documentar para continuar até no dia seguinte a alimentar a discussão. A minha conclusão é de que até mesmo a àgua já devia ser passado...
isso está presente neste texto, no diálogo...
mas na verdade, sabendo que é um assunto que te preocupa bastante, a mim preocupa-me muito mais... até aqui não soube o que é uma guerra a entrar-me pela porta e não gostaria que a minha filha soubesse...
os livros ainda saem este mês, julgo...
Um abraço
mlee
escolhi o gato por ser parecido com o alex (o ivan não pararia sossegado para lhe tirar uma foto) e se carregares no jpeg o nome é "gabinete do primeiro"...
então eu e a tua prima também fomos separados à nascença...
ipsis verbis... é de facto impressionante... nunca, nem seria necessário conversei sobre este assunto com ninguém, antes de escrever o tópico...
não é um dos meus gatos mas parece um clone...
beijos, mana perdida
mlee só um bocadinho...
parece a cofina quando andou a comprar tudo o que era revista e jornal...
eles faziam isso para gerir o fluxo de vítimas (não podiam matar todos ao mesmo tempo).
Na verdade, o Holocausto foi uma das maiores obras-primas de gestão de todos os tempos. Até o segredo, o que é mais difícil de conseguir a uma escala gigantesca, foi escrupulosamente respeitado...ainda existe gente que hoje não acredita...
A rede de campos de concentração, a logística, até o marketing! (arbeit macht frei...). Não fosse isto tudo tão trágico e desumano e seria um case study
utilíssimo...
não serias capaz de prever. foi a primeira vez...
coragem
existe uma foto célebre dum rapazinho judeu de braços no ar no ghetto de varsóvia... tornou-se um símbolo, algo que eu tento evitar, mas obrigado...
já resolvi a coisa.. se não gostarem depois dizem: a minha ideia era melhor ...eh eh
bjinhos
casal tuga
obrigado pela visita e pelo elogio...mas as perspectivas de todos nós não são as melhores...
abraço
Olá querido Rocket, grata pela tua querida visita ao meu humilde cantinho, muitos beijihos de carinho,
Fernandinha
fernanda&poemas
o teu cantinho está sempre num brinco...
bjinhos
Para começar, e para não variar, peço autorização para copiar a foto do gato! :-)
Pelo meio digo-te que sou uma interessada pela Segunda Guerra Mundial... Não, não sou Nacional Socialista (como já me perguntaram!) simplesmente interessa-me o ANTES e o DEPOIS da Segunda Guerra, que determinou as bases da Europa de hoje.
Para terminar, digo-te que já estive algumas vezes na Alemanha, país de que gosto bastante, mas que ainda sofre desse grande estigma... Mas na Austria ainda é pior... hum, porque será?! :-)
miauzinha
se queres mais, vai ao blog da mlee, estão lá os meus... : )
seres nacional socialista significaria que ainda não estarias acordada de um pesadelo. o facto de existirem pessoas de raça negra é escasso para fundamentar hoje uma ideologia, é caso para dizer que não têm mais nada para fazer...quanto ao austríaco tinha o seu quê, bem espremido...na verdade é um mito insuflado. no sec XX houve bem piores...mencionei-os no texto.
curiosamente o adolfo até tinha umas boas que costumo citar em contextos de relação de poder...
miauuu
Fico sempre desconcertada quando se fala no holocausto. Tenho em casa uma colecção intitulada 'os médicos da morte', que fala dos métodos e experiências dos nazis sobre os judeus. Nunca consegui ler aquilo. Não sei se quero saber a que ponto chegou a crueldade humana.
Mas, a avaliar pelos ecos que nos chegam da África do Sul, o mundo está longe de estar livre de gente doida e cruel. Mas, correndo o risco de me assemelhar a eles, se houvesse a coragem de fazer uma limpeza não étnica, mas ética, e livrar o mundo de fundamentalistas, escroques, trafulhas e predadores sociais, eu se calhar inscrevia-me para um dos pelotões de execução. Não tenho filhos, mas se tivesse, ficava bastante motivada para lhes proporcionar o melhor mundo possível. Freak free!
safira
todos nós somos capazes de tudo... é só carregar nos botões certos... lê o teu comentário...
por isso escrevi um tópico chamado "o ódio"...
miauuuuuu
bjinhos
Não tem a ver com ódio tanto quanto com sobrevivência. Vive e deixa viver, certo? Quando a tua integridade é ameaçada, acho bem que reajas. É só isso. Há por aí muito animal. E sim, tenho plena consciência do que estou a dizer. Mas a mim pouco me importa se são pensamentos politicamente correctos. Mas não é o ódio que os move. Talvez o medo, como dizias no post do ódio, mas o medo tem justificação. O ódio gratuito, não. O holocausto foi ódio gratuito. Preocupa-me a estupidez de quem segue lideres baixinhos de bigode ridículo, e olha que há aí muitos em potência.
Enfim, endless conversation, e eu tenho de ir para casa tratar da gataria. Grande miau para ti também
Beijos
safira
o holocausto não foi ódio gratuito. se entrares a fundo no background de hitler, dos seus mentores, e de toda filosofia subjacente ao "nacional-socialismo" que nem sequer existe como filosofia, entras num mundo esotérico, de faz-de-conta, uma fantasia... transposta depois cruamente para a realidade europeia... mas sem ódio...
existe uma cena (de conteúdo simbólico) do "resgate do soldado ryan" que resume o que se passou, quando um gi americano de origem judia é apunhalado por um ss... se te lembrares dela percebes...
beijinhos miaus
Um primeiro-ministro tem que dar o exemplo. Não fumará nunca num avião, não deixará de gozar férias, como dispõe o nosso alegre Código do Trabalho...
:o)
Abraço
sorrisos
e mudar o código do trabalho...heinz? eh eh
abraço
Deve estar para breve. Têm-no mudado sempre que acordam para o lado errado...
;o)
Abraço
sorrisos
as empreas de mudanças é que metem ao bolso...com tantas.
abraço
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