Nunca odiei ninguém.
Já pensei ter odiado antes... mas não, não era ódio.
Isto dos blogues faz lembrar um pouco o Speakers'corner do Hide Park, onde cada um tem o seu palanquezito, e sobre ele empertigado, manda os seus bitaites, como agora o faço, embora estes bytes permaneçam bem para além da vibração do ar em frente da boca dos speakers. Podemos a eles ter acesso em qualquer momento, no quentinho das salas onde temos os nossos computadores.
Com calma. Com tempo. Mente e canais abertos...
O ódio...
Circulam nesta nossa blogocoisa desafios aparentemente inócuos em que a temática é o ódio. Parecem inocentes. E quando chegam, quem lhes pega devora-os logo como um carnívoro ataca um bife, a rosnar:
"Eu odeio gente assim/gente assado, convencidos, emperuados, mentirosos, o galo do vizinho, o zé da esquina, pretos, homossexuais, judeus, árabes, ciganos, romenos, ratos, mestiços, brasileiros, russos e ucranianos, tchetchenos, gajos que têm sempre razão, gajas que não me dão o pito quando o dão ao vizinho, vizinhos que dão o lolypop à outra mas não à escrevente, invejosos, a proibição de fumar, os gajos que fumam para cima de mim, a asae, os restaurantes porcos com baratas"...
Eu cá não odeio nada nem ninguém. Nem sequer o próprio ódio.
Mas não sou nenhum menino. Quem mas faz paga-mas.
Aliás, sem ser capaz de odiar, sou pragmática e eficientemente vingativo.
Mas sou-o por justiça. Por uma justificada necessidade de repor equilíbrio
...é uma coisa, assim, de... Yin e Yang...
Muitas vezes a própria vingança é ficar quieto, e deixar que as coisas aconteçam por si.
As últimas que me fizeram foram cobradas, e bem, assim. Na última nem fiquei para assistir, tão óbvio o resultado...
Mas se é necessário mexer-me, então isso acontece. Mas friamente, sem paixão, com elegância, sem ódio, com cirúrgica eficácia...
Por exemplo: o homem mais habilidoso que conheço a andar à pera, despacha-os, à meia-dúzia, sem qualquer emoção...
O ódio é um péssimo comburente para a eficaz combustão duma vingança ou de qualquer outro acto determinado. Porque a sua essência é o medo. E o medo é só o passo atrás que se mostra convidativo...
Quem odeia, habitualmente, é sempre gente boa.
Conheço muçulmanos que fariam tudo por mim, embora eu conheça os seus ódios adormecidos.
Na tropa dava-me sempre com malta do Norte: era a mais fixe. Sempre. Mas no que tocava a ódios, transfigurava-se, quando se falava do Sul. A mãe da minha cria é de lá, e com ela passava-se o mesmo... demorou década e meia para diluir o ódio que tinha a isto.
A minha cria veio de lá após o secundário, à espera de encontrar na capital um espírito mais aberto. Mas eis que, numa escola perto da Avenida de Roma, ela se depara com uma dose de racismo, xenofobia e homofobia que de todo não contava. Bem, os colegas são uns porreiraços, mas também são isso tudo.
Vocês também são uns gajos muita fixes, mas, nos blogues de alguns, li, preto no branco, que odeiam...
Uma coisa é embirrarmos com algo, ou alguém. Por exemplo, eu embirro com o ódio. Só não embirro com peúgas brancas porque o Michael Jackson (com quem embirrava) se desmembrou. A embirração é um sentimento simpático e elegante. E, sem uma pinga de ódio, colocamos num delicioso ridículo aquilo com que embirramos.
Agora o ódio... é uma manifestação agressiva de medo.
Ontem num blogue, alguém teve a coragem de publicar um filme onde é assassinada uma mulher em nome da Xaria, a lei islâmica. Ela tinha quebrado um dos preceitos, julgo que o adultério (embora o blogger desse outra justificação). É um filme horrível em que ela é apedrejada até à morte. Quem o faz, na multidão, tem o cuidado de, estando ela no chão a levar com pedras e tijolos, lhe cobrir as pernas com as saias que de quando em vez se levantam... Tudo acaba com um enorme bloco de cimento...
Quem faz uma coisa destas fá-lo por medo.
Medo que lhe aconteça isso no seio da sua família, da sua comunidade... E quem odeia nunca comete a maldade movida pelo ódio, a solo. Precisa sempre de companhia...
Eu conheço o medo. Não por o ter... mas por o ver estampado em rostos alheios.
Vejamos. A nível profissional, quantas vezes não fui considerado uma ameaça?...Sempre, talvez... tanto medo...
A nível moral...
Vamos aos valores. Não sou nenhum menino de coro mas prezo muito certos valores. Caldo entornado. Lá vem the boogie man...
E quando entro, sózinho, numa festa? Ui! É vê-los a agarrá-las, a enlaçá-las, a reclamá-las, com o ódio estampado no rosto. E a estupidez?... porque não percebem que a coisa funciona ao contrário. Qualquer gajo que entre desacompanhado é olhado com desconfiança pelas mulheres. Isso do James Bond... só nos filmes. Um homem só, num sítio público, para qualquer mulher representa "perigo"... mas não daquele romântico... Ao agarrá-las, e ao demonstrarem posse, eles despertam apenas uma curiosidade morta à nascença...
No ginásio há lá um casalinho nas aulas de Body Pump. Ela, uma brasa, cumprimenta-me efusivamente, ele cumprimentava-me... antes de ver a quantidade de peso que coloco...agora parece um animal a tentar competir comigo, e nos intervalos dos exercícios não a larga com as manápulas à volta da cintura. Não me saúda, rosna-me um olá, a tirar-me as medidas.
Quem odeia é sempre gente boa. E os motivos também são fixes. Odeia-se em nome da Moral, dos Bons Costumes, do Senso Comum (que é uma espécie de nivelamento pela mediocridade). Odeia-se em nome do Amor. Odeia-se em nome de Deus...
Parem de odiar.
Foi gente como nós, movida por esse sentimento, que matou atrozmente aquele senhor que aparece crucificado nos altares...
...que agora é amado como ninguém...
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56 comentários:
De acordo contigo em relação ao ódio. Se bem que há ódios que nada ou pouco ficam a dever ao medo! Afinal o ódio é o sentimento mais próximo do Amor!
Bjk
Pior que o ódio é o preconceito.
O ódio e todos os outros males nascem do preconceito, da ignorância, da intolerância.
Eu odeio o preconceito.
Não gosto da palavra ódio.
Nunca gostei.
Desafiaram-me para dizer 6 coisas que odeio e aceitei, conquanto tivesse pensado de mim para mim, que iria dizer seis coisas de que não gosto.
Gente boa não gosta de muita coisa!
Ah! A melhor vingança é que os outros nos vejam bem, felizes, contentes...
bjs
afrika
quem odeia tem medo
bjk
patti
o preconceito é uma espécie de sofá no qual nos sentamos refastelados todos os dias, é o medo de o mudarem de sala que nos faz odiar...
não odeies nada
bjos
Há uns anos pensava que odiava certas coisas.. depois deram-me Xanax :|
eheheh
Bom feriado ;))
lenib
mas há quem cultive odiar. e eu percebo porquê.
é sempre mais confortável sustentar uma realidade medíocre que enfrentar o mundo quando está...escangalhado.
bjs
Concordo com a teoria.
Quem odeia algo tem medo.
Na maioria das vezes é verdade sim senhor.
Agora, o medo advém de algo que não controlas. Podes ter medo por ti ou por alguém.
É legitimo ter medo. Não é bom que se odeie mas acaba por ser aceitável.
Se raptam crianças, é aceitável que os odeies. Se matam para roubar, é aceitável que os odeies. Se matam pela religião, é aceitável que os odeies.
É legitimo ter medo se sabes que não controlas estes factores. Logo, se quiseres odiar por isto, não é bom, cria rugas e úlceras, mas aceito com toda a naturalidade.
Um abraço e bom feriado.
tá-se bem
e depois...tá-se bem!
abraço
o pinoka
referiste aquilo que eu considero problemas graves. compreeendo o teu ponto de vista. a diferença reside no facto de eu achar que um olhar frio e desapaixonado sobre um problema é um bom princípio para se achar uma solução...por isso é que os crimes passionais são um desastre para quem os comete... e só pistas...
abração
eu tenho de ler
mas como tenho um defeito....só um...ser impulsiva....vim logo dizer que tenhp odios de estimação, que tenho ódios relampagos......
qto há embirração...admito , ela existe em mim.............
qto aos blogs, não chegam a ser ódios....é inveja de..de..de....pois....
opsss e eu só li na diagonal....
agora vou ler tudinho...depois comento....:)))
qd tiver lido nas entrelinhas..volto a comentar....
como vês defeito ou mau feitio, o meu
jocas maradas
dassssssss eu esqueço q nos comentos há odios...ehehehehe
isto não é para colocar......
ok faz o que quiseres, coloca, manda para o espaço...........
+ jocas
Se calhar é por isso que odeio o preconceito, porque mudo de sofá e de de sala quase todos os dias porque é esse o meu trabalho.
E odeio o preconceito, sim.
Confesso que acho que por aí (especialmente nos blogs) vejo mais antipatias que propriamente ódios.
Se calhar é só uma questão de diferente interpretação da palavra, mas, aqui ou na vida real, associo o ódio a um sentimento fortíssimo, só aplicável a quem tenha feito um grande mal a outro
Mas, pronto, esperemos então que o lá de cima escreva direito por ferros tortos, em relação ao do ginásio!
;o)
Abraço
E um óptimo fds!
Ana disse....
Gostei do topico,odiar é proprio dos fracos,so os forte conseguem entender e perdoar,(a proposito de fortes preciso alguem forte que me ajude na mudança)e depois doi,corroi là dentro....nao serve para ninguém...nem mesmo para quem odeia!
Beijinhos
su
eu cá não coloco...
meti mesmo. é giro o que escreveste!
jmaradérrimas
patti
tenho que ter cuidado com as metáforas...nada de mobiliário...
beijinhos
sorrisos
o pessoal odeia mesmo.
Isto não é muito diferente da ex-jugoslávia, a nível civilizacionais...olha o que aconteceu...
podemos todos tornar-nos nuns bichos em segundos... não, não em cinco segundos. isso nunca!
abração
ana
o ódio é um ácidozito...
bora aí mudar...
bjos
Deixa-me que te diga, boogie man, que este speakers corner é uma delícia.
Fora os casos que refere o Pinoka (toquem num fio de cabelo dos que me são queridos e a vingança cresce em mim, desmesurada ),o ódio diz sempre mais sobre quem odeia do que sobre o odiado.
É uma emoção violenta muito auto-alusiva e sim, concordo que a moral e tendência moralizadora de muitos é uma rampa de lançamento aceleradíssima para ódios, tantas vezes, colectivos.
Quanto ao resto, cada um que lide com os seus medos, inseguranças e invejas (pois é aí que a coisa nasce) e se não gostam, comam menos. Que te rala a ti que o rapazinho te grunhe um bom dia entre dentes?! É o que dá, a tal praga de ser o máximo! :)
Enfim ... quem tem medo do lobo mau, do lobo mau, do lobo mau ...
PS: será que a vontade de degolar o cabeleireiro que me cortou o cabelo esta semana também conta? ;) nnaaaa é só um odiozinho de estimação ... beijinhos.
Rocket
Parabéns pelo teu post, gostaria de conseguir dizer algo que demonstrasse como me tocou.
Sem querer parecer lambe-botas deixa-me dizer que este foi o melhor texto que li ultimamente na blogosfera. Por diferentes e diversos motivos ando com vontade de abandonar este mundo. Hj ao ler o teu post percebi que nunca conseguiria ser tão profunda nem sincera, sou mais tipo lamechas de trazer por casa; talvez este post seja o que me faltava para reepnsar o mundo da blogsfera e a minha passagem por aqui.
Obrigada e bom feriado.
mlee
Nesses casos também sou capaz de agir. Mas de forma desumana. Fria. Porque quem odeia também é capaz de chegar a meio e... sentir compaixão.
Já estive em situações...enfim. O que me valeu, e vale, é a minha desumanidade automática.
Quem odeia atrapalha-se com o ódio. Qualquer emoção só atrapalha quem tem que agir de forma crua...
Em relação ao exemplo que dei... é um mero exemplo. Filosofo sempre, ao observar com um sorriso, coisas dessas... manifestações de contraprodutividade básica...
posso degolar o teu cabeleireiro por ti, mas não contes a ninguém... Tenho que ver o crime que ele cometeu em cima dos teus ombros, para pensar no assunto...
.-)
thursday bloody thursday...
tenho que recuperar sono vou passar a noite a trabalhar...
jasmimdomeuquintal
tou tramado contigo...então não me leste os outros?
ainda bem que te fui útil (e a mim, gosto de te ler...)
nem penses em abandonar o palanque...
beijokas que eu mantenho o lume aceso...
Prefiro falar de amor, mesmo em certas alturas ser apelidada carinhosamente de lamechas.
No entanto acredito que o amor e o odio possam andar de mãos dadas e a linha que os separa ser tão fina, que às tantas misturam-se, fundem-se como um só.
Concordo quando diz que quem odeia, tem medo, já escrevi no meu blogue sobre o odio, aquele que "julgo" sentir por quem devia amar, será receio? medo? Talvez!
Bom texto, fez-me pensar.
Peace and Love meu lindo foguete escravo do ritmo.
Já tenho saudades tuas!
Beijo grande
Coragem
Pensava eu ter odiado antes...na proporção de quanto amava. mas não era ódio afinal... nem aí...
quanto às tuas interrogações, as d tuas duvidas, para mim são certezas que resolvi escrever aqui...
beijos e ânimo!
xunaninha!
eu também!
beiiiijoos
coragem
reli o teu comentário... faz o mesmo...
beijos e... o que és
aiiiiiiiiiii deus meu um erro crassooooooooooooooooooooooo
qto à embirração..pois
mas já estava a pensar -----
da minha parte há embirração...............
eu ainda não li tudinho mas acho estranho tudo a concordar contigo...pois....a isso chamo ...lei da conveniencia...ehehehehe..odeio isso:)))))))))
+jocas maradas
temos uma coisa em comum , temos a justiça em nós...repara bem:))))
.... Mas sou-o por justiça. Por uma justificada necessidade de repor equilíbrio ....
está tudo dito....
eu afinal não odeio, sou justa, pois nem dou tempo
é tiro e queda....para o outro....
mas isso sou eu.....
+ jocas
su
que giro...quando me lês ficas assim, toda trocada...
tomaumnescaféquissopassa...
ainda bem que estás de acordo.
embirrar é giro, desperta a criança dentro de nós... o ódio antecipa o velho que ainda não nasceu...
exemplo: hitler versus estaline, dois fdp...
ganhou o que apenas se queria safar. o que odiava ardeu no próprio ódio...
jocas maradérrimas
Também conta odiar quando o SLB perde?
Eu cá sou toda Peace and Love:)
olha que a mim também me passaram esse desafio dos ódios, eu ainda não o fiz, mas deixei em comentários que não odeio ninguém.
O ódio é um sentimento que eu felizmente não conheço, e não desejo conhecer.
Coisas há que eu não gosto, ou gosto menos, mas daí a odiar, vão muitos passos de gigante.
Li o teu texto e revi-me nele em quase todos os aspectos.
Também te posso dizer, que não gosto da palavra ódio, nem da palavra vingança.Dentro de mim, não lhes conheço o significado.
E já agora, eu digo, bem hajas por pensares assim.
Beijinho.
Acho um pecado, alguém vingar-se de outro sem ter como o ódio uma desculpa.
Sou vingativo enquanto sinto ódio depois passa-me. Não sou ranqueroso.
Mas quando sinto ódio sinto medo, medo de ter outro processo em tribunal por ofensa à integridade física.
rafeiro perfumado
Não , não conta. Para mais perde sempre, temos que ter paciência, não ódio...muita, muita, muita paciência...
abração
Dª Antónia Ferreirinha
tu que te vestes como a rainha vitória
Sou vingativo. Duma forma filosóficamente prática, como tenho o cuidado de descrever no texto. Reafirmo, quem mas faz, paga-mas.
Mas cobro de cabeça fria.
Corta-se melhor com o metal a baixas temperaturas...
mas por uma questão de justiça, como está no texto...
beijinhos
vita
não será mais... more piece, luv? ;-)
bjinhos
miguel
O ódio fornece bastantes processos em tribunal por ofensa à integridade física...
A pessoa que referi está farta de chegar a roupa ao pêlo a vários, e só uma vez foi notificado. Perguntei-lhe, admirado...disse que foi apanhado de surpresa, havia crianças pelo meio e que perdeu a cabeça... mas depois com calma e habilidade fez uma visita ao queixoso... a queixa foi retirada.
estamos aqui uns para os outros, capisce? ;-)
Um abração
Sabes que mais meu caro amigo, Cristo deixou-se morrer na cruz errada... e por aqui me fico.
Um grande abraço
blueminerva
não fiques assim...a malta é fixe...
...qual cruz? aquilo era a brincar, na altura não havia trivial pursuit...
um grande abraço também
(...)
O Dantas é um habilidoso!
O Dantas veste-se mal!
O Dantas usa ceroulas de malha!
O Dantas especula e inocula os concubinos!
O Dantas é Dantas!
O Dantas é Júlio!
Morra o Dantas, morra! Pim!
(...)
José de Almada Negreiros
Poeta d'Orpheu
Futurista E Tudo
;O)
ninguém merecia o ódio inexistente do Almada, nem sequer o Dantas... Pim!
os primeiros Punks do século XX...
Bem... o ódio...
Sabes, eu tenho um lema: não odeio os pessoas, não as odeio porque isso gastaria demasiadas energias. para odiar algo requer pensar nisso em nesse alguém muitas vezes, requer consumirmo-nos constantemente com ataques raivosos, implica uma distorçao dos sentidos e uma perca de coerencia na vida que não faz bem o meu género...
não, eu não odeio, eu, quanto muito desprezo, ignoro...quem me fez mal, quem me falhou, quem tentou prejudicar-me... eu dezprezo... aprendi a desprezar como a maior vingança... e acredita, que acabo sempre por me vingar... o destino é engraçado, e acaba sempre por nos trazer de bandeja oportunidades únicas de vingança...
i just stay chill and cool!!
nomeadamente ao video, também o vi, e arrepiei-me de morte... por vários motivos, pela atrocidade, pelo hipocrisimo de taparem o cu da mulher enquanto a apedrejavam, e por saber que isto é mesmo verdade, por ter testemunhado um episodio parecido enquanto vivi no egipto, por saber o fanatismo desta gente e perceber a cultura islamica de forma que muito poucos a conhecem.
cumps***
hellua
tens uma forma super saudável de encarar a coisa...
pouco há a dizer sobre ela...
o desprezo, eese é fatal...
beijinhos
Sabes uma coisa?
Até ter lido este teu post, nunca me tinha apercebido que não odeio. Nunca o fiz. Já senti raiva, desprezo, fúria devastadora, vingatividade, agora ódio - népias. Nem senti a falta dessa emoção.
Eventualmente consigo perceber as suas motivações, mas acho estúpido e um desperdício de tempo e recursos...
Ah, e quando me fazem alguma eu dou a primeira de borla. A pessoa fica convencida que me consegui levar a melhor, e eu fico com uma excelente ideia do seu modus operandi. E, surpresa das surpresas, deixa de ter campo de acção...
Ok, também so um bocadinho vingativa... Mal se nota... 0=)
maguinhaaaa!
és a maior!
a 1ª dou de borla e fico com...que máximo! sem esquecer as vantagens que uma 1ª vitória alheia traz...
bjinos maguinhos!
O teu post prendeu-me até à última linha e olha que já não estou na happy hour: já tou a pagar ao minuto, que a Vodafone não dá borlas a ninguém (long story, don't ask).
Ainda assim, paro para pensar e comentar.
A palavra ódio também é das que anda banalizada. É evidente que quando eu digo que odeio a Jennifer Lopez, não odeio coisa nenhuma. Cruzes, nem conheço a mulher! Mas tenho, efectivamente, solene embirração. Não posso com ela! Mas não é por medo. Pesquei muito fundo na minha consciência e é mesmo só inveja! ;)E se calhar, até nem é o melhor exemplo porque não percebo muito bem de que é que poderia ter inveja (não é do Marc Anthony, de certeza). Não obstante, deixa-me colocar aí o monstrinho verde da inveja a par do do medo quando fulano diz que não gosta, ou que odeia,X. Andam a par nestas coisas. Penso eu de que...E junta-lhe o orgulho ferido, e tens a Santa Trindade dos 'Odiadores'.
Eu antes odiava muito mais do que odeio agora. Deixei de ter tempo para essas mariquices. Mas que gostava de assistir de tribuna à queda e desgraça absoluta e com requintes de malvadez de dois ou três espécimes, disso não duvides! E que se pudesse intervir elegantemente para o visado saber que eu estava de sorriso sardónico a olhar para ele na mó debaixo, não deixaria de o fazer. E se lhe pudesse dizer en passant: 'Já não cantamos de galo agora, pois não? Temos tanta pena...' , também não perdia a oportunidade.
Hum...revenge, sweet revenge.
A malta não odeia...mas também não esquece!
Beijos e bom resto de domingo
safira
Um dia, uma sexta-feira 13, um senhor (que foi considerado o empresário do mês no ano anterior ao acontecimento que refiro) deu-me cabo de metade do ordenado (dando-me cabo naturalmente da vida) quando o grupo dele comprou a empresa em que eu era rei e senhor.
Não odiei.
Meses depois ele estava a convidar-me para um cargo dentro do grupo ao qual eu não chegaria nunca se não tivesse passado por aquela provação...
um ano depois aconteceu-lha a ele o que me tinha acontecido a mim, mas a um nível muito pior...
todos o que o rodeavam em conselho de guerra também caíram como tordos...
muitas vezes é apenas esperar para ver...
e provávelmente alguém afirmou o mesmo em relação a mim, nunca me poupei a conquistar quer amigos quer inimigos...
aliás, viver com medo disso não é viver...
"Aquele que não tem inimigos é porque não tem valor algum..." Padre António Vieira.
Quem atinge objectivos por ser obrigado a isso...
é a crueldade fria da realidade...
beijinhos
Miguel disse...
Caro rocket,
Fiquei encantado com o teu texto... No entanto, como diria um professor meu: "na prática, a teoria é outra"... O ódio é inevitavelmente humano. Quer queiramos quer não, odiar é tao natural como amar... Ao longo da viagem cruzamo-nos com várias pessoas que nos proporcionam inúmeras experiências diferentes... o ódio é uma delas... Todas as pessoas, sem excepção, têm virtudes e defeitos. Ora, regra geral, amamos aquelas que consideramos boas, aquelas que nos proporcionam momentos de felicidade... e, em contrapartida, odiamos aquelas que consideramos más e que nos infligem sofrimento voluntaria ou involuntariamente... odiamos, por exemplo, quando as que nos parecem boas não o são... Com o coração sente-se... o bom e o mau... ama-se e odeia-se... sofre-se. Com o cérebro observa-se, analisa-se, critica-se, embirra-se... quem embirra, por sua vez, fa-lo por sentir-se incomodado, maçado, contrariado ou irritado... de qualquer modo, pensa, não sente... logo, é inofensivo... Por outro lado, o “ódio” é intenso, intensamente destrutivo e potencialmente auto-destrutivo... e, precisamente por isso, as cadeias transbordam de autores de crimes passionais: a mulher que matou o marido e a respectiva amante... enfim... o ódio é poderoso e, exactamente por essa razão, é constantemente usado como arma mortífera que geralmente serve os interesses de quem o pensa e incita... e não de quem o sente... O ódio resulta frequentemente da manipulação, da instrumentalização das massas por parte dos “maquiavélicos”... Em suma, na minha opinião, “ódio” e “embirração” não se confundem... E parece-me que a pessoa que temos mais motivos para odiar... somos nos próprios.
1 abraço
Miguel
de facto creio, como tu, que o nosso adversário de maior peso somos nós...
é humano odiar, ou melhor...é animal.
mas como outras características próprias do sapiens, temos que contrariar essa, dizer-lhe que não, educá-la... como fizemos ao resto.
Ficamos a ganhar, e esse é motivo suficiente. Mas parece-me que sabes isso.
o que me parece mal é que, como dizes, o ódio é alimentado. é um instrumento na mão de terceiros, e mesmo aqui, nos comentários. nos apercebemos de ódios "aceitáveis": quem não gostaria de punir um pedófilo?
ora são esses valores supremos que são usados por exemplo em tempo de guerra para gerar o ódio necessário para criar a vontade de fazer mal ao inimigo que os políticos designam ( que pode ser o amigo de ontem).
se nos invadissem, acredito que uma das acusações que se fizessem aos invasores fosse de pedofilia...
Um grande abraço
Concordo com grande parte do que escreveste. Só acho que resumes tudo a "ódio", e há situações em que a definição me parece ser outra, mas ok..são opiniões.
Quanto a conheceres o medo, não por o teres, vá lá...admite: tu (como todos) tens medo, sentes medo algumas vezes. Podia dar-te uma dúzia de situações que te levariam a admitir. Ok...podias dar-lhe outro nome tb, imagino.
Quanto ao menino entrar numa festa sózinho e os gajos se sentirem intimidados, bem...obrigas-nos a puxar pela imaginação!
Beijo e boa semana.
by myself
ii...tantas no cravo e uma na ferradura...
noutros posts explico como lido com o medo. somos todos bichinhos e somos educados a controlar algumas dessas emoções...outras educamos se quisermos. é claro que tenho medo de algo...a caixa de correio.
bjinhos
Acredito que já tenhas explicado como lidas com as emoções (incluindo o medo), mas acontece que não conheço assim tão bem o teu blog, para fazer associações entre posts.
Limitei-me a comentar o que me foi apresentado neste post em concreto.
Espero que encontres também forma de controlares o medo da caixa do correio.
Bjs
by myself
não fiques aborrecida: "Gajas! Gajas!...Porquê?" de 24 de março.
quanto à caixa de correio não há nada a fazer. existem certas alturas em que certos problemas não são de todo bem vindos, porque certas soluções tardam em ganhar contornos...aí, é fazer o possível para tal acontecer...mas estamos em altura de crise ( e aminha área talvez a mais afectada...) e conseguir o básico já é um feito...
bjinhos
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