quinta-feira, 31 de julho de 2008

então, meu!?! deixas todo o país...assim???

Olha: vai dar banho ao cão...
recado do meu gato...
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quarta-feira, 30 de julho de 2008

à rodeo...

Vender a alma ao diabo é mais fácil do que se pensa. Mas, mais fácil ainda... é comprar-lhe uma.
E é o que estamos a fazer, neste momento. Nós, Ocidente, em território chinês.
Têm a sua graça, as acusações redutoras que se fazem à China. Direitos humanos? Boa...

Lembro-me da minha primeira viagem de comboio em Portugal, após o regresso de África. O destino era a Parede, tinha eu doze anos. Senti fecharem-se as portas do comboio e, num piscar de olhos, a chegada ao destino. Isto, porque em África qualquer viagem durava, no mínimo, seis a oito horas (quando não um dia inteiro) e aquela viagem de comboio demorou vinte minutos.
A travessia de Portugal, de norte a sul, é uma brincadeira de crianças comparada com as viagens que fiz nos "subúrbios" de Nova Iorque, comigo ao volante. Normalmente atravessavam-se três ou quatro estados e duravam quase um dia, mas não me cansavam tanto como uma ida a Viana do Castelo. Isto porque a percepção do tempo varia com a amplitude espacial da área na qual nos encontramos. Ou seja... tudo é relativo.

A relatividade dos valores culturais continua a não ser tida em conta na Diplomacia. "Direitos Humanos" é um termo caro a nós ocidentais, mas nada representa para um operário chinês. A vida humana, na China, vale menos que um fardo de palha. Haverá porventura mais homens que fardos e o gado precisa de alimento. Por isso talvez, lá os fardos sejam mais acarinhados que o couro de cada cidadão.
Olha-se para a China como um ogre que devora o Tibete. Já lá vamos.
Primeiro convém referir o que já todos se esqueceram, excepto os chineses: a China foi, ela própria, num passado recente, uma violenta vítima do Japão e do Ocidente. E nunca se esqueçam de um implacável princípio: as maiores vítimas tornam-se nos piores carrascos.
No princípio do Século Vinte, um dos maiores motores da economia era o comércio de droga, que agora se demoniza, e se apelida de tráfico. Em 1900 era legal, cotado em bolsa e enriquecia muita gente de bem. A China era um pivô comercial importante, sobretudo como produtor de ópio. E era explorada à boa maneira colonialista, com os fardos a saírem de lá a dois tostões para depois serem vendidos em Liverpool a quinhentos paus.
Os chineses fartaram-se e revoltaram-se. Na Revolta dos Boxers só se fala, em termos históricos, dos duzentos e trinta estrangeiros mortos, mas ninguém refere os milhares de chineses que sucumbiram durante e depois da revolta que custou o pouco poder que ainda mantinha a dinastia Qing. Os ocidentais, mal o ópio perdeu interesse comercial, abandonaram a China, mas os japoneses... não. Ficaram por lá a infernizar a vida daquele povo até ao fim da segunda guerra mundial. E como! Perderia muito tempo com pormenores, mas conto apenas o seguinte: a um soldado japonês reservava-se o direito de matar imediatamente qualquer cidadão chinês que não o saudasse... Morreram centenas de milhares...
Mas essa mortandade não foi nada frente aos milhões que os próprios chineses mataram na revolução cultural...
E, aqui, é notícia, a abrir telejornais, um taxista baleado...um.
Vê-se assim a diferente cotação da vida humana em diversas latitudes...

O Tibete era, e continua a ser considerado um estado soberano, mas na verdade nunca se comportou como tal. Um estado digno desse nome tem a obrigação de se proteger. E para isso, não necessita, de todo, de um enorme exército dissuasor...
Eu, se me aparecerem dois ou três caramelos para me fazerem a folha, e se tiver sorte, talvez o dia seja meu... mas, se forem mais que isso, e se conseguir fugir, sei que não descansam enquanto me encontrarem, por isso, pego no telefone e ligo para alguém com quem mantenho uma aliança, um pacto. Assim quando me aparecerem quatro gajos, do meu lado aparecem outros tantos... ou mais (é claro que tenho que estar para eles, quando necessário). Na política internacional as coisas também funcionam de forma análoga, embora mais elaborada, mas o princípio da aliança é algo poderoso. O facto é que o Tibete era um estado espiritual, e não se preocupou, de todo, em salvaguardar a sua soberania, deixando-a nas mãos da geografia e da sorte. E é agora que o Dalai Lama se preocupa... tarde de mais. A cedência dos Jogos Olímpicos funcionou como uma chancela diplomática internacional à ocupação chinesa... não há nada a fazer com o que há, e a única hipótese seria um banho de sangue mediático. Mas, mesmo isso...

Neste momento sinto que o Ocidente está a dar, completamente, o cu à China. Não só na questão Olímpica, mas também na comercial e industrial. Económica, em suma. Oferecemos, de mão beijada, tecnologia de vanguarda, e o que se recebe em troca é questionável. A indústria automóvel chinesa está tecnologicanente avançada, graças à cedência de engenheiros e know-how, nomeadamente da BMW. Constroem-se Bms e só o logotipo, parte do design...e o preço, é chinês. O sumo é bávaro. Estamos a muscular e transmitir uma enorme dose de confiança aquele gigante.

E eis a prova que a China encheu o peito: nos Jogos Olímpicos, vinte e seis regras, alguma de natureza quase medieval, para nós ocidentais (e como nos pesou a Idade Média...) e, a acrescentar, interdições de natureza mediática, algumas de índole moral... Toma lá.

O destaque que a China terá nestes Jogos Olímpicos, a par das vitórias desportivas, que irá somar mais que outro país, vai oxigenar e fortalecer ainda mais este dragão que acorda. E o resultado vai ser funesto, para nós ocidentais. Imaginem: malta nas fábricas a trabalhar quase à borla... e não só nas fábricas: escritórios, poules informáticas, estúdios discográficos e, dentro de muito pouco tempo, gabinetes de engenharia, design, arquitectura... (vá lá, escapam-se os advogados...).

Esta situação, da esparrela onde todo o Ocidente se meteu, evoca-me a imagem daquela mulher que se casa com um milionário, com o qual se deita na noite de núpcias, e que, ao acordar, o mesmo revela aquilo que escondeu durante o noivado: a sua natureza psicopata.
Agora já está, e pela primeira vez na História, uns Jogos Olímpicos vão definir de forma atroz o futuro de várias gerações. Irreversívelmente.

Mas a melhor imagem, quanto a mim, é a da posição "à rodeo":
Quem está por cima, sussurra a quem está por baixo, o nome repetido de outrém, e depois... tenta aguentar, em cima, o máximo tempo possível... como num rodeo.

E quem vai estar por cima... é a China.
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No Cú???

Um sujeito entra num bar com o seu macaquinho. Pede uma bebida e enquanto a toma, o macaco vai pulando de mesa em mesa.
Numa das mesas pega umas azeitonas e engole-as. Numa outra mesa pega umas fatias de limão e engole-os. Finalmente, pula na mesa de snooker, pega uma bola, enfia-a na boca e engole-a.
O dono do bar grita para o dono do macaco:
- Você viu o que o seu macaco fez?
- Não! O que foi?
- Ele engoliu uma bola de snooker inteira!
- Bem, isso nao me surpreende. Ele come tudo o que vê. Não se preocupe que eu pago a bola de snooker e as outras coisas que ele comeu.
Termina a bebida, paga e sai.
Duas semanas depois, entra no bar novamente com o seu macaquinho.Pede uma bebida e o macaco vai pulando de mesa em mesa.
Enquanto ele toma a sua bebida, o macaco encontra umas cerejas no balcão.
Pega uma, enfia no cú, tira e come-a. O dono do bar fica enojado...
- Você viu o que o seu macaco fez desta vez?
- Não! O que foi?
- Bem, ele enfiou uma cereja no cú, tirou-a e engoliu-a!
- Isso não me surpreende! Desde que engoliu aquela bola de snooker...
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terça-feira, 29 de julho de 2008

Vou ter que me repetir, mas de outra forma. Quero que agora nada te passe ao lado, como o que, anteriormente com delicadeza escrevi...

Não, querida, não tens que me pedir desculpa pela tua intervenção no
blog... divertiu-me, a mim, e a todos...

Tens que te ajoelhar, sim, mas por me teres insultado!... Porque, se te apanho em algum lugar, se me cheira quem tu és, abro-te os maxilares, a estalar, com com estes dois camiões de carne que tenho pregados ao tronco, estas duas escavadoras, o suficiente para fazer deslizar uma das minhas garras pela tua faringe até chegar ao peito, apontando-a em seguida ao teu coração, esmagando pelo caminho com difícil precisão as viscosas traqueia, aorta e artéria pulmonar, para o colher, trazendo-o logo pela mesma via da recolha, ainda palpitante e a escorrer o sangue untuoso que me desequilibra, ao escorregar, enquanto tento delicadamente provar com uma sorvida dentada, o teu ovo de carne vil...

...

Que coisa feroz... crua... de uma náusea insuportável...
Mas nunca tão feroz como uma bofetada desferida numa mulher num cenário de violência doméstica... não tão cru como o sabor que ela sente na sua glote entupida pelo horror que decorre...não tão nauseante como ela se dói nos dias seguintes, antes de ganhar a coragem suficiente para observar o canto do seu próprio olho num espelho manchado pelo pó das noites de luto por si...
Milhões de mulheres por todo o mundo, são vítimas deste horror, tendo caído no poço do mesmo na maior parte das vezes por acidente... mas uma pequena parte é isso que procura... por incrível que pareça...
Juntam ao seu rol de emoções a explorar, a busca de um... homem interessante. Mas procuram-no da pior maneira. A correcta seria uma exibição tranquila da sua própria natureza interessante, e deixar que a lei da atracção se cumprisse de forma natural.
Simples.
Mas não. Lançam o fogo, pisam o acelerador até para bem lá do vermelho e o cheiro a borracha queimada se tornar insuportável. Provocam, atiçam...entram em guerra.
Conheci várias. Agora não tenho nem um segundo de paciência, mas tive, durante anos, algumas mulheres assim. Não durava muito, e porquê? Todas, sem excepção, traziam consigo um historial de violência exercida por anteriores parceiros. E, a dado ponto do relacionamento (os deuses que me perdoem...) eu compreendia porquê. Elas próprias eram geradoras de violência. Quer ciúmes agressivos, que as levavam a partir coisas (algumas até carros), à violência de me empurrar contra uma parede enquanto me enchiam com gritos e perdigotos, as sapatadas com que me tiravam coisas das mãos... Depois era o arrependimento, quando eu regressava de uma fuga que por vezes demorava horas ou um dia inteiro...
Agora nem um minuto aguento disto a mais ninguém. Aliás, a minha tolerância, em termos de relacionamentos, rege-se por um sistema de valores invulgar nos tempos que correm: os meus.

Fui ver o Batman, este último. Tive uma vontade contínua de me levantar e abandonar a sala, não pela qualidade do filme, impecável, mas porque todo ele, numa atmosfera de náusea, denuncia continuamente aquilo que para mim é a maior praga social: a falta de valores. Todo o filme se baseia nisso. Vivemos numa sociedade em que os valores saíram pela janela em andamento. Não os há. Lembro-me de ler a Bíblia em miúdo e ficar impressionado com as descrições de Sodoma e Gomorra. Neste momento, vivemos em Sodoma e Gomorra. Não existem regras algumas. Na minha actividade deve-se durante meses, ninguém paga a ninguém. A nível social ninguém tem dinheiro, mas toda a gente consome. Basta ver o parque automóvel...
Dantes era o patrão, o lobo mau nas empresas, agora são os colegas. A malta que ainda não chegou à idade adulta não tem referências, não tem heróis. Os pais não os educam, são uns fracos, e são o exemplo
a não seguir, na maior parte das vezes...

...E depois dá nisto.

Apareceu aqui uma criatura do sexo feminino há uns
posts atrás. Declarou, à cabeça, que vinha em busca de uma boa luta, disposta a ridicularizar-me... Ok. Com um sorriso, deixei-a tentar, tendo o cuidado para eu próprio não me exceder na defesa da dignidade de tudo isto, colocando-a a ela no ridículo. Na verdade, Não me agrada ridicularizar ninguém. De vários comentários por cada post, a blogger passou para o gmail, para uma abordagem mais personalizada.
Apercebi-me que o objectivo inicial tinha sido ultrapassado, evoluindo para um certo interesse na personagem que protagoniza o
blog, que lhe dava luta, sugeria. Contudo, e eu compreendo, de quando em vez, no escorregadio discurso do desdenhanço típico de quem quer comprar, ela reencarnava a figura da provocadora da primeira fase, tentando não perder definitivamente o tom de desdém, agora uma pedra no sapato da sua caminhada em direcção ao novo objectivo. Houve quem se apercebesse, naturalmente...

Ontem a Fernanda lançou um
post que ainda não comentei. Trata-se duma história tradicional açoriana. Lembra-me as mulheres mais velhas, que ao referirem os homens casados com mulheres agressivas defendem: uma bofatada naquelas ventas a ver se elas não se voltavam a comportar como mulheres de novo.
Sim. Também o estigma de uma sociedade rural.

Bem, em relação à rapariga que apareceu por aqui, eu até estava a pagar para ver... mas lamentavelmente, como em qualquer processo análogo, a ameaça da perda de controle gera atitudes bruscas, desajeitadas. E elas vieram: insultou-me.
Enfim... Provavelmente para ela não seria um insulto. Seria até um mimo com o qual brinda os amigos com frequência, mas... bem... o que foi fazer!... e eu, que até lhe achava uma certa graça...bastou-me para delicadamente cortar o contacto não sem antes ler que... para alguém com ideias avançadas, eu defendia princípios caretas... algo do género.

Existe uma freira, julgo que para os lados de Abrantes, que mantém trinta crianças, outrora abandonadas, num lar digno desse nome. Assisti a uma reportagem televisiva sobre isso. A senhora vive para aquelas crianças. Contudo, nunca lhe vemos o amor que lhes devotou. A reportagem abordava o dia-a-dia das crianças e sobressaía uma férrea disciplina. Questionada sobre isso, a madre retorquiu que numa sociedade sem regras como a nossa, a habituação ao cumprimento das mesmas seria um factor fundamental na educação e posterior sobrevivência dos miúdos. Queria dizer ela com isto, que, aquelas crianças, habituadas a regras e a valores, iriam automaticamente entrar em vantagem numa sociedade de onde eles se ausentaram. Eu acredito nisso.

Voltando à
blogger. Não demorou muito a aparecer um e-mail, não com um pedido de desculpas, mas sim com um pedido de... perdão. Contudo apercebi-me que não era o perdão, o objectivo, por isso respondi-lhe. Na resposta de volta reafirmou o perdão, mas sempre com a mesma atitude. Dizendo, pelo meio, que os meus apelos à boa educação que esperava que ela exercesse lhe passavam muito ao lado, que eram valores que não cultivava...
Confessou que escolhia aleatoriamente um
blog, e provocava deliberadamente o proprietário, até ele aguentar, e que me pedia perdão sobretudo por isso, ao dar conta da minha natureza, ou algo do género.
O que ela deve fazer no mundo dos
blogs, decerto fará no seu universo afectivo, o que neste caso já se manifestava. É, sem dúvida, alguém que procura emoção e adrenalina no confronto. Nova como é, irá encontrá-lo. Pode até manter uma relação com alguém tranquilo, que lhe apare todos os golpes, mas continuará sempre em busca de sangue. Espero sinceramente que nunca o encontre, para seu bem.

O texto de abertura do
post é ficcional, claro. Jamais faria mal a uma mulher. A minha ficção tem uma componente de crueza muito grande... vivi muito. Porém, mesmo no universo da ficção em que decorreu a escrita do texto, foi de válida inspiração a sua última afirmação: a de que ela que tinha gozado, em privado, com os comentadores deste blog...

Sou aqui, o que sou em minha casa. Um bom anfitrião.

domingo, 27 de julho de 2008

fogo amigo

Tenho que me acalmar. Ao dar uma palmada num mosquito pousado no meu ombro fiquei com a impressão que, mais kg menos kg, e lá ficava com um ombro deslocado... Sacana da mão... não é enorme, mas uma bofatada pode causar mais estragos que muitos murros... Com um braço destes...

sábado, 26 de julho de 2008

de facto...

Um ventríloquo encontrava-se a actuar num bar. Debitava o seu repertório habitual de piadas sobre loiras, quando uma loiraça sentada na quarta mesa se levantou e disse:
- Já ouvi o suficiente das suas piadas a denegrir as loiras, seu idiota. O que é que o faz pensar que pode estereotipar as mulheres dessa maneira? O que é que têm a ver os atributos físicos de uma pessoa com o seu valor como ser humano? São homens como você que impedem que mulheres como eu sejam respeitadas no trabalho e na comunidade, o que nos impede de alcançar o pleno potencial como pessoa. Por sua causa e por causa das pessoas da sua laia perpetua-se a discriminação nao só contra as loiras, mas contra as mulheres em geral...tudo em nome do humor!!!
Confuso, o ventríloquo começou a pedir desculpa, e a loira diz:
- O senhor não se meta. Estou a falar com esse rapazinho que está sentado no seu colo!!!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

hoje...

...era para fazer isto,....mas, devido a isto............fiz só isto
Pois é. Ia andar de balão. Tinha já um molho de pilhas carregadinhas de amperes para substituir as gastas na câmera, no tiroteio de fotos ao nascer do sol, a várias dezenas de metros de altura. Mas as nuvens...
Era o aniversário de empresa... e caramba, mesmo estando lá há dois meses, até mereço, pelo bom rapaz que sou...
Ainda assim, acabei numa marquesa, depois duma hidromassagem...
Desta vez é que foi. E escrevo isto porque nunca tinha levado até ao fim uma massagem. Muito peso teve o profissionalismo da Dª Alice, uma jovial avó de quatro netos, que começou uma massagem relaxante que imediatamente passou a fisioterapia, ao dar conta das inúmeras mazelas que a minha falta de juízo, no ginásio, semeou nas minhas costas... Contracturas, contou ela cinco. Resolveu quatro, porque a dos gémeos (ganha numa rotura de ligamentos na praia, ruidosa como um disparo, a jogar raquetes) essa ficará por cá, com o tendão eternamente inflamado, porque faço exercício várias vezes por semana.
Dª Alice quatro... contracturas um...
Foi tão bom, que lamento que a Dª Alice esteja tão longe de Lisboa... E tão bom, que a meio, até já gostava da música de fundo...

... a do Richard Clayderman...
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quinta-feira, 24 de julho de 2008

summer phone call

"...tu tens uma conversa... hum...hum...agrada-me!..." 
Reforço cada vez mais a minha impressão de que nas relações humanas prevalece o perigoso desconhecimento do facto de que, quanto mais quentes são as águas...
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quarta-feira, 23 de julho de 2008

engatilhado

A grande diferença entre um carnívoro e um herbívoro reside no facto da comida do primeiro se encontrar sempre em movimento...
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fénix

Serei sempre jovem, enquanto mantiver, intacta, a minha capacidade de renascer.

FOTO: ERUPÇÃO NO MONTE ETNA | CARSTEN PETER | NATIONAL GEOGRAPHIC
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segunda-feira, 21 de julho de 2008

erro fatal

Duas mulheres estavam a jogar golf numa manhã de sábado. Uma delas errou a tacada e atingiu um jogador que estava próximo. Quando a bola atingiu o homem, este juntou, de imediato, as suas mãos entre as pernas e ajoelhou-se, gemendo de dor. A mulher correu até ao local e pediu desculpas, explicando que era fisioterapeuta....
- Por favor, deixe-me ajudá-lo. Sou fisioterapeuta e sei como aliviar a dor que está a sentir! Posso fazê-lo sentir-se melhor se me deixar!
- Ummph, oooooh, não..., já vai passar...é só uma questão de minutos- disse o homem, quase sem poder respirar, e continuando em posição fetal com as mãos entre as pernas.
Mas ela insistiu e ele, finalmente, permitiu que esta o ajudasse.
Delicadamente, ela afastou as mãos do homem e deitou-o de lado, abrindo-lhe as calças. Colocou a mão por dentro e iniciou uma bela massagem... Após alguns minutos, ela finalmente pergunta:
- Sente-se melhor?
- Melhor? Sinto-me fantástico!! O pior é o meu dedo indicador que continua a doer-me imenso...
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domingo, 20 de julho de 2008

sétimo dia

Já imaginaram se todos os vossos dias fossem domingo? Para este caramelo de olhos azuis, chamado Alex, é sempre...
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sábado, 19 de julho de 2008

a revista que parte costelas

Sempre li revistas femininas. Durante o meu longínquo casamento, houve, pelo meio, enorme uma mudança de casa. Na altura eram sempre grandes e, muito do esforço muscular despendido era-o no transporte de caixotes com livros e revistas. Durante essa mudança gigantesca, brilhava o machado sobre um enorme espólio de Elles, Máximas e Maries Claires. Não fui eu que decidi, mas foram todas para o lixo e fiquei com pena. Eram as únicas no mercado que, quando eu comecei a fazer revistas, possuíam capas com design com tanta qualidade como as minhas.
E fartava-me de ler aquilo. Um homem aprende muito sobre mulheres, ao ler revistas femininas.
Na altura, nos 90's, o que aprendi era que... elas sabiam pouco. E saíam, muito pouco, da casca.
Por mim tudo bem. Passei toda a década casado... Ainda hoje quando me falam do Alcântara encolho os ombros...

Mas apareceu, na nova década, outro tipo de mulher...
Esta já atrevida, culturalmente mais rica e esclarecida. E, com ela, apareceu um novo tipo de revista para lhe fornecer o apoio de artilharia: a Happy.
É claro que, como bela rémora, sigo coladinho ao tubarão. E lá estou eu a lê-la, todo feliz e contente, mês após mês.
Até mesmo em termos comerciais se adapta aos tempos, pois a circulação paga é relegada para último plano e a revista ganha o seu lucro assumindo o seu carácter de suporte publicitário privilegiado, sendo distribuída gratuitamente criando parcerias que, com uma política de vauchers colocam toda uma máquina comercial e de charme em movimento.
Tenho a colecção quase toda. É distribuída gratuitamente no meu ginásio. Basta chegar a uma das mesas e colocar na mochila uma ou mais. Normalmente duas, pois a minha cria adolescente pede-ma todos os meses. Assim, quando vou buscá-la à dança jazz, na altura tem sempre uma revista à sua espera no banco do carro.
Uma das vezes que ela me enviou a mensagem do... "Papá, não te esqueças da minha Happy..." Ia eu a ler a revista que tinha saído naquele mês e, resolvendo meter-me com ela, liguei-lhe:...tens aqui a tua Happy cheínha de artigos super-úteis para a tua existência: como organizar uma festa sexual, férias eróticas ou os melhores destinos a pensar em sexo...
Oh papá... É a sua expressão para: "tens um senso de humor embaraçante, progenitor meu."... É pelos vauchers...Dizia...
Enfim, de qualquer forma, acho que ela deve conhecer a realidade por si mesma, que por histórias contadas. E assim leva já um avanço, para as alturas em que caramelos como eu cheguem lá a tirar coelhos da cartola. Esforcem-se mais...
Uma vez, há para aí dois ou três anos, convidei uma namorada para experimentar o meu ginásio. À entrada, recolheu, toda contente, uma Happy, e passou o tempo que estivemos na esplanada a folhear e a chamar-me a atenção para os artigos. Um deles era sobre swing e ela mostrou um particular interesse.
Lá em baixo, começámos na passadeira. Eu a correr, ouvindo Cafe del Mar e ela a caminhar. Normalmente atencioso, resolvi partilhar o mp3. Ela colocou-o nos ouvidos numa das partes chillout e, após cinco minutos, devolve-mo. Quando mo entregou, lembro-me do seu olhar...estranho. Fixava-me. Dir-se-ía... com ódio...

Até que, no meio do tapete rolante, parou. Parou de caminhar!
E o tapete continuou a rolar...
Foi projectada com violência contra as passadeiras que se encontravam atrás.
Partiu três costelas.

Mais tarde, quando lhe perguntei o que tinha ela na cabeça para estacar em cima duma passadeira em movimento, referiu o artigo da Happy sobre swing... Tentava imaginar-me, a mim, numa situação daquelas, e encontrava-se cheia de raiva, pois era muito ciumenta. A ciúmeira raivosa e imbecil colou-a ao tapete rolante em movimento, que a cuspiu...

E depois... a culpa é minha...
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quinta-feira, 17 de julho de 2008

il catalogo

Tem graça. Fui ver este filme do Joseph Losey com a minha primeira namorada a sério.
Aos dezasseis...
Nesta parte fiquei impressionado com a extensa lista do bicho.
Mal sabia eu que o D. Giovanni se tornaria na minha ópera favorita...
Madamina, il catalogo é questo... Mal sabia eu...

Mozart do cacete... viajas no tempo, é, sacana? Parto-te os dentes e como-te a gaja...
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quarta-feira, 16 de julho de 2008

bolo pdl

A primeira vez que o provei foi em cozinha alheia.
Encontrava-me a conversar com o dono da casa, na sala. E da cozinha vinha o gargalhar das meninas... e um aroma soberbo, a coco.
Parti em exploração.
Ó Jorge, aguenta aí uma beca...
Já no terreno, observei o inimigo ocupado com a janta, no chilreio do costume...
E dei com o bolo.
O aroma a coco trespassava todos os outros que saíam do fogão e minimizava o volume do registo sonoro, água em pedras, a voz delas.
A grossa rodela de bolo já não o era. Tinha uma boquinha querida, que engolia uma faca redonda. Olhei em volta, e, furtivo... fui generoso no pedaço com que recheei o guardanapo...
Dez minutos depois, o meu amigo lá foi provar o bolo recomendado por mim (a lamber os dedos, na sala... desistira de tentar outro guardanapo... daria nas vistas).
Onze minutos... a água a cair sobre pedras passou a pano rasgado à bruta:
Jorge! Deste cabo do bolo todo! Vejam! Ainda há um quarto de hora atrás só lhe faltava uma fatia e agora sobram o quê...umas quatro...sai já daqui!... O resto do bolo fica racionado para o fim da refeição, chô!

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Pois é. Muito bom, o bolo que faço em cinco minutos.
A minha amiga Silvinha recebeu a receita do Sílvio, amigo nosso, cirurgião plástico (diverte-me imaginá-lo a olhar para as maminhas de silicone e antecipar a confeitaria, depois, em casa...).
Leva só cinco ingredientes: Uma lata de leite condensado, uma lata de milho cozido, três ovos, uma colher de sopa de fermento e uma embalagem de duzentos e cinquenta gramas de coco ralado.
Pois, não leva farinha nenhuma, por isso é que fica com aquele ar cremoso...
Faço-o em cinco minutos, porquê? Deito tudo na batedeira, ou lá o que é aquela cena transparente onde faço batidos e granizados com umas lâminas rotativas no fim, e após uns zein,zeiiiin, zeiiin, derramo a papa numa forma de bolos, daquelas com buraco no meio, prévia e generosamente untada com manteiga, e deixo no forno durante uns quarenta ou quarenta e cinco minutos.
Há quem lhe acrescente corante, ao lamber os dedos que limparam a batcoisa...

Não tinha nome, fui eu que o baptizei... pdl... mesmo.
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bat blur

Um bêbado encontra uma freira na rua, agarra-a e leva-a para um beco, onde a espanca até à morte.
Diz o bêbado:
- Pensei que desses mais luta, Batman.
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terça-feira, 15 de julho de 2008

o motor

Quanto mais bate, mais longe tu vais.
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domingo, 13 de julho de 2008

seleccionador nacional seleccionado

meninas...o vosso sonho

Eu cá não me importava. Diz-se que uma sociedade matriarcal é mais próspera e pacífica...
Quando as mulheres deste mundo finalmente se entenderem e unirem, as coisas passarão a ser assim...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

stealth

Stealth é uma qualidade de veículos, sobretudo voadores, que mentem ao radar. Afirmam-lhe descaradamente que são ternurentos bandos de patos, ou amorosos milhafres. Quem monitoriza o ecrâ dos sistemas de detecção e telemetria pelo rádio, não adivinha que o que lá vem em voo, é algo do mais avassalador que se pode conceber... ou imaginar...
Este gajo, a quem emprestei uma peça de roupa (adivinhem qual), explica melhor...

Bom fim de semana. Esqueçam o radar, é inútil...
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o culpado

Quem? Eu? Não... ele. Um homem ouve uma coisa destas, com meia dúzia de anos em cima do pêlo, e depois... fica traumatizado, e age em conformidade, durante todo o resto da sua vida... Maledetto!

FLASH: A BLUEMINERVA JÁ TERMINOU "A IMPORTÂNCIA DE SE CHAMAR ABEL".
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quarta-feira, 9 de julho de 2008

"what happens in summer, stays in summer"... ...ou... sex & drugs ...drugs & sex

"What happens in Vegas, stays in Vegas". É o aviso à navegação duma cidade do deserto em que é Verão todos os dias... Porque, nesta estação, se vive segundo padrões morais tão ligeiros como a roupa que se veste...
Passei, no Verão, por episódios do arco da velha... Gente insuspeita a ostentar o comportamento mais suspeito possível... isso e outras coisas que o comprovam... e não é só o calor, o responsável... é tudo...
Com o Verão, chega uma boa dose de tes... Tempo livre? No meu caso, sim. A maior parte dos meus clientes vai para férias, fico quase só com as avenças... e até podia aproveitar para escrever tópicos longos, como de costume... mas nesta altura a malta gosta é de petiscar... É a silly season...

Qual era o assunto? Sex & drugs...ou ...drugs & sex?
Ok... mas, antes: "what happens in summer, stays in summer". Isto significa que este post será apagado dia 21 de Setembro, mal acabe o verão... toda a gente que o leu se vais esquecer do mesmo. Aliás, nunca existiu, se perguntarem por ele...vai-se desvanecer com o calor...

Sendo assim... Esta vai já direitinha à cabeça:
Deixem-se de merdas: toda a gente se droga.

Ai não...
E a sangriazinha.... a bejeca, o gin tónico, o whysquizinho, o cafézinho, o cigarrinho?... não?
E um Xanaxzinho, uma Fluoxetina, um anti-ansiolíticozito, um tónico, um speed... um chocolate...
Pois é. Certos hábitos, na sua maioria alimentares, tornam-se diária e, por vezes horariamente, recorrentes, pela necessidade do corpo em suprir substâncias às quais se foi, paulatinamente, habituando...
Drogas não são só as da cartilha, como os haxes, as cocas, os speeds, os drunfos, os mds, os ecstasis, os cavalos e outros animais como a morfina... os lsds, os cogumelos, os mets... Aliás, nem são esses que quero enfatizar, são tão massacrados que é um pouco como bater no ceguinho...
E quero acrescentar algo da minha visão pessoal da coisa.
Ser criativo.

Considera-se droga qualquer substância que altera as funções de um organismo, ao ser ingerida. Classificam-se ordinariamente em três categorias: estimulantes, depressoras e perturbadoras. Aqui vou alargar a definição e abarcar algo mais, e vou demonstrar que não é necessário ingerir qualquer substância para experimentar alucinações, para ficar estimulado, ou para ficar com vontade de deixar um testamento na mesinha de cabeceira... (hum...bem...essa fica, talvez, para outro dia... é verão!)... Porque, pura e simplesmente, tal não é necessário.
Ela pode já estar cá dentro.
Existem substâncias químicas das quis estou dependente.
Pois é... dramático. Sou um drogado. Um agarrado.
E quando as quero, com maior ou menor desespero, vou ter com um dealer muito especial, alguém em quem confio, aliás, em quem mais confio: eu mesmo.
A minha droga de eleição é a endorfina. Abarca um grupo de químicos, sintetizados pelo próprio corpo, neuromediadores ligados à origem do bem-estar e do prazer.
O corpo gera endorfinas quando obrigado a esforço físico na forma de exercício. E é um potente fornecedor. Principalmente se praticado com regularidade, como no meu caso. E cria uma dependência... brutal.
A libertação de endorfinas provoca uma sensação de euforia, de bem-estar, de plenitude. E o facto de psicologicamente nos sentirmos fortes com as barreiras que ultrapassamos, revela-se numa melhoria da auto-estima (pois é... mais ainda...).

Mas nada bate o sexo, como gerador de prazer. Isto em minha opinião. E existem fortes apoios à mesma: adrenalina, estrógenio, testosterona, dopamina, noradrenalina ...até hormonas de crescimento (também faz crescer, e esta?... hum... estou a lembrar-me de alguém... sua tarada!) são libertadas durante o festim sexual. É um foguetório!
Mas a malta é insatisfeita por natureza, e assim sendo, este parque de diversões não chega, e... toca de lançar, para a fogueira, mais petróleo... e começa-se a inventar.
É por isso que muita gente estica a velocidade máxima com um pouquinho de óxido nitroso... ou seja, metem mais qualquer coisinha à mistura...
Eu, como não tenho posses para pagar um estudo a uma universidade sobre o assunto, vou ter de me recorrer da minha rica experiência pessoal e confiar no meu discernimento, neste âmbito... vejamos...

Coca. Nos anos oitenta começou a circular e como todos os começos, foi em grande. Lembro-me de ter estado presente em festas onde alguém mais velho me afirmava: "man, não adianta sequer pensar em voz alta sobre isto fora daqui, por todos os motivos, mas o principal é que ninguém ia acreditar..." e não dava para acreditar, mesmo. Era uma droga divertida. Escrevo Era, porque Foi ...No more. Mas quando era, e porque eu também era divertido, havia umas meninas que começavam a noite de chapéu à "bolero" e levavam-no para a cama pois eu fazia questão disso. Mas... nã. Eu não me convencia, Ou curtia a droga, ou a toureira... Coca na cama... out.

Cannabis. Bem... erva é uma coisa e haxe é outra, e também...nã. Excepto se a parceira for alguém muito familiar. É que a porcaria da cannabis amplifica as emoções...se estás alegre, ficas mais ainda, se estás preocupado...
E, se não conheceres a gaja de lado nenhum, o chamon reforça a sua categoria de estranha... quem és tu? Se a coisa correr mal, podem ir ambos para a cozinha, que aquilo dá uma fome do cacete...

Opiácios? Passo. Nunca experimentei. Também nunca experimentei a sensação de alojar no crâneo uma bala de nove milímetros... existem coisas que acho que vou morrer sem saber... mas não fico triste por isso.

Álcool. Isto faz-me lembrar alguém, de extrema beleza, que se entristecia comigo por eu adormecer mal chegava a casa depois de jantar... era grave, ela trazia sempre lingerie de endoidecer...mas, quem lhe mandava beber só um copo de vinho e deixar o resto da garrafa por minha conta em dias de trabalho extenuante, após uns valentes aperitivos?
O álcool tem a sua importância como desinibidor. O mesmo princípio químico que dava coragem, fibra ou nervo a um soldado napoleónico para enfrentar canhões (ou encarar um matulão que nos quisesse rachar ao meio, a segurar um machado do nosso tamanho) aplica-se ao tipo que bebe mais um trago para ir meter conversa com aquela que, no bar, olhou para ele mais que uma vez. Mas só. Álcool na cama é para esquecer... à excepção da vodka... Não sei o que tem a puta da bebida, mas em pequenos goles, dá algumas noites gloriosas... noites, mesmo. Até ao nascer do sol. E parte da manhã. Não sei porquê...

Md. Dilui-se num dedo de Frize Limão e vai-se beijando a garrafinha, durante uma hora, enquanto se dança. É um caso sério. É tão bom o sexo com Md como qualquer outra coisa que se faça, com a porcaria da droga no bucho... e sempre com um sorriso estúpido estampado nas fuças...

Mas a minha favorita é a endorfina, mais uma vez.
Já se leu aqui que durante o acto sexual a mesma é libertada, mas... e se já levarmos uma dose? Pois é. Em minha opinião, o melhor sexo (dez a zero) é o que se faz depois de uma boa dose de exercício. O corpo já vem carregadinho dela e com a que chega depois é o nec plus ultra... porque ninguém aguenta tanto prazer sem overload... prztt..tzz...tszzth...pztah

...

Para quem não gosta de sexo, queira apanhar uma pedrada e além disso emagrecer uns quilinhos, recomendo um jejum prolongado. Ao fim de alguns dias começam-se a ver coisas. O corpo liberta psicotrópicos homemade. Foi esse fenómeno que deu o nome a muitos índios.

terça-feira, 8 de julho de 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

ciúmes...



...Foi com que eu me deparei, após o último tópico.

Era apenas um caixote do lixo, senhores. Embora, por alguns comentários, perceba a razão da popularidade da cozinha durante as festas cá em casa, entre as meninas...

Ciúmes, referia eu. Pois é. E agora estes caramelos, o galheteiro do azeite, o do vinagre, o saleiro e o pimenteiro também querem aparecer. Dizem que também são esticadinhos, e até brilham...
...E o do azeite anda cá com umas ideias...

Bah...silly season...

domingo, 6 de julho de 2008

o meu caixote de lixo

"Gostava de ver o teu caixote de lixo", pediu-me a Coragem em comentário a "tinha que haver uma... ". Em resposta, dei a entender que se ela o conhecesse, teria a minha garantia de se divertir com o facto.
Como cavalheiro, jamais recusaria aceder ao pedido de uma senhora, por isso... aqui está ele. Julgo que, com todo o detalhe. Resolvi desenhá-lo e não fotografá-lo porque, sendo branco, e de polipropileno, a sua lavagem per si não o colocaria em condições publicáveis e perderia muito tempo em retoques, agarrado ao Photoshop... e o seu desenho demoraria apenas cinco minutos, como aconteceu...

Comprei-o há uns anos atrás na TomTom... e a história da sua compra tem o seu quê de interessante...
Decidido a comprar uma nova moto, resolvi andar por Lisboa a pé, de loja em loja, durante duas belas tardes de Verão. Foram enormes caminhadas, e com elas aprendi muito sobre a relatividade dos espaços e da realidade em si. Ou seja, a pé, lugares onde se passa habitualmente de carro ou de mota ganham um novo espírito, e suscitam-nos diferentes emoções. É como fazer turismo. Ao fim da tarde, quando chegava a casa tinha a sensação de descoberta de um novo lar, diferente do que tinha deixado de manhã. Luzes, cheiros... cores, é tudo renovado em nós...
No decorrer duma dessas caminhadas comprei três coisas: o candeeiro de chão do atelier, o Toto; o candeeiro de secretária Artemide, e o caixote de lixo, também ele uma peça de design, embora orfâ de nome.

E pronto. Não sei porque carga d'água quis a Coragem ver o meu caixote... mas aqui está ele...

sábado, 5 de julho de 2008

ninguém morde um lábio assim...

Il Gattopardo, de Luchino Visconti. Este filme foi um dos mais fantásticos lançado no ano do meu nascimento. Para não pensarem que gosto só de louras... havia-lá-uma-morena...
...Quem morde um lábio assim, excita-me mais que trinta beldades a exibirem, dengosas, o melhor da Victoria's Secret...
Aaah Claudia Cardinale, quando inventarem uma máquina do tempo, não me escapas...
VER COM ECRÂ TOTAL, GRANDE. MENINOS: COMO ELA MORDE AQUELE LÁBIO...

sexta-feira, 4 de julho de 2008

tinha que haver uma...

...que me enchesse as medidas. Quando os meus amigos, entre copos, falam de actrizes de sonho, encolho habitualmente os ombros. Quê! não gostas de nenhuma? Isso é estranho... nem da Scarlett Johansson? Não, essa é completamente camera-made, respondo. E da Milla Jovovich? Essa faz-me lembrar o Luc Besson, e mulheres casadas não me excitam. E a Pamela Anderson? Iii...poupem-me. E aquela indiana lindíssima, a Aishwarya Rai? É muito bonita mas abre a boca e adeus encanto... E a Angelina Jolie? Mulheres casadas não me excitam, já disse, lembro-me apenas da excelente profissional que é. E a mulata, a Beyonce? Ui, essa imagino-lhe as coxas à volta do meu pescoço até me fartar, mas sei que me ia fartar... não me perguntem porquê... Então e a Monica Bellucci? Muito parecida de corpo e estilo com alguém que andou comigo durante três anos, vocês conhecem... Ah, ok a... e a Catherine Zeta-Jones?... Sei lá, emana inteligência, mas não haveria química, na certa...
Porra, és um gajo complicado, afinal não gostas de nenhuma? Bem, há uns anos atrás achava graça a uma que nem sequer era muito bonita, a Rosanna Arquette, mas depois...

Agora já sei, porque cada vez que a vejo, como por exemplo no Aeon-Flux, com aquele estilo...huuum. Afinal eu sempre tive uma tara por esta menina, a Charlize Theron. Decanta requinte, inteligência, é loura como eu gosto, extremamente sensual e tem uns olhos que se colariam aos meus... na certa. A culpa é desta inútil e vagabunda memória de lazy cat...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

o beco das traseiras

Uma televisão americana conduziu uma experiência interessante. Escolheu um fofo gato persa, da estimação de uma simpática senhora, habitante duma vivenda dos subúrbios. Colocou-lhe, bem fixa, na coleira, uma spycam, e soltou-o durante vinte e quatro horas.
Com as gravações de som e de imagem recolhidas, remontou uma versão resumida e passou-a em dvd no ecrã da televisão do lar da dona. As primeiras imagens revelaram a realidade doméstica, bem conhecida, do gatinho muito querido e tratado como um peluche... aí, o sorriso era uma constante na face da simpática e afável senhora.
Contudo, a sua expressão mudou... ao descobrir imagens do quotidiano do seu gato para si desconhecidas, reforçadas pela entrada em cena de lugares para ela desagradavelmente familiares... o beco das traseiras, onde habitualmente se amontoava o lixo em caixotes, e onde outros gatos se ouviam, à noite... uma mata abandonada, cinquenta metros atrás da casa... 
O terror instalou-se no seu rosto, ao assistir, com a câmera a milímetros da acção, à caça selvática de um rato enorme e à sua posterior devoração, por parte do querido peluche instalado a seu lado... Coberta pelo sangue e pêlos do roedor, a lente da câmera apenas registava os sacões das dentadas e rasgões sangrentos que o fofinho cometia...
Em pranto, a senhora sentiu-se traída. Levantou-se de um salto e apesar do esforço dos elementos da estação televisiva que a tentavam acalmar, ela começou a vaguear enlouquecida pelo andar térreo da casa. 
O gato permaneceu impassível.
Foi expulso do lar, minutos depois.

Sim.
Esta história pode servir de metáfora, para muitos afectos...

A importância de se chamar... Abel!

O desafio " PASSA-O-TEXTO-A-OUTRO-BLOGUEIRO-E-NÃO-AO-MESMO", tem o seu regulamento no blogue do ÿpslon - 20 de Maio.
Pretende-se "construir dois textos com alguma coerência, seguindo dois fios condutores lógicos e um estilo livre. O início dos dois textos é o mesmo, mas cada história será escrita por pessoas diferentes, evoluindo assim de forma distinta. Cada texto será composto por 10 parágrafos (ou 10 pedaços de texto) escritos por 10 pessoas que possuam um blogue" (Pinguim).
O "conto" que daqui sair seguinte foi iniciado pelo ÿpslon, continuado pelo voyager, Mário, Zeh, Will, Pinguim, Luís Galego e Jasmimdomeuquintal que teve a gentileza de me passar o desafio...


Aquela manhã de nevoeiro disperso estava a acordar aos poucos. Tal como aqueles olhos que iam abrindo de mansinho, a medo, e ficaram focados na janela gigante que dava para a praceta onde permanecia uma estátua de um qualquer marquês. Pôs-se de joelhos, com as mãos amarradas atrás das costas, e levantou um pouco a cabeça. Torceu todo o corpo para a esquerda e só então conseguiu lembrar-se do que tinha acontecido.
ÿpslon,
http://www.vitaminay.blogspot.com/

As imagens começaram a surgir-lhe na mente como num filme. A viagem até aos arredores da cidade. O prédio já extremamente degradado, vizinho dos sem-abrigo deitados pelo chão, naquela rua apática e sombria. O apartamento do 3º direito e a primeira impressão da Delfina, senhora tão afável e generosa. E a razão que o trouxe ali. Os flashes. Episódios quase surreais que a sua memória queria apagar, mas a sua consciência teimava em fazer virem à tona. Aquela humilde personagem especada à sua frente, franzina e com ar tão agradavelmente maternal, parecia realmente a personificação da solução para os seus problemas e devaneios recentes. Como as aparências iludem…
Voyager,
http://www.life-from-inside.blogspot.com/

O Sol continuava a subir iluminando lentamente a rua ao fundo, a praça, o prédio, a sala, a cara e também a mente de Abel que recuperava o seu equilíbrio e via-se gradualmente livre daquele inebriante zumbido sensorial. À esquerda, no canto escuro da sala, numa poça de vermelho-vivo como pano teatral, revelava-se, subindo na luz matinal, uma cena surreal: Ali jazia a Sra. Delfina, sem roupa nem vida, com um punhal ritual espetado no peito. Abel encontrava-se surpreendido, aterrorizado, abismado, congelado. Ciente do impacto causado, a sádica luz decidiu continuar a torturá-lo e subiu ainda mais um bocado. Na parede branca, da escuridão, a vermelho sangue surgia: "Não te livras de mim assim" por baixo assinava: "Caim"
Mário,
http://www.omeuoutroblog.blogspot.com/

A memória de Abel recua quatro anos num segundo, altura em que pela primeira vez ouvira aquele nome, desenhado pelos lábios de uma atraente rapariga “Caim, espera, estou a chamar-te há horas – não me ouves?” que, não esperando por uma resposta, apressa o passo até o alcançar e o beija com um fervor desconhecido, lábios nos lábios, língua na língua. Abel sente-se desorientado, no presente e há quatro anos, confuso pelo cheiro do sangue espalhado naquela sala e pelo perfume do cabelo daquela rapariga que o trata por um nome que não é o seu. Levantando-se lentamente, apercebe-se das mãos ainda amarradas e observa, com a cabeça a latejar, a sala em que Delfina agora jaz inerte, procura no nevoeiro que é a sua mente memórias que o ajudem a perceber a cena com que se confronta, mas tudo o que recolhe são os já habituais flashes de luz e cor, sensações de raiva e impotência que lhe consomem as energias do corpo e que o forçam a procurar apoio numa das cadeiras que ainda se mantêm em pé por entre confusão que reina na sala. Esgotado, senta-se desconfortável enquanto se apercebe do sangue espalhado pelo próprio corpo e, sem saber identificar se o vermelho é seu ou apenas parte da sala ensanguentada, fecha os olhos e com a escuridão sente regressar novamente o perfume delirante do cabelo e daquele beijo apaixonado, enquanto mãos suaves mas firmes se aproximam por detrás dele, aliviam os nós que lhe amarravam as mãos e, por entre a sensação inebriante que preenche aos poucos os seus pulmões lhe acariciam as costas e o pescoço, por entre beijos lascivos, e lhe segredam aos ouvidos: “Caim, amor… está feito!”.
zeh,
http://www.manualdoserhumano.blogspot.com/

Estas palavras transportam Abel àquele dia de há quatro anos antes. Àquilo que, na altura, lhe pareceu uma incrível coincidência. E depois o efeito envolvente do perfume de Carmen, a forma como aquele aroma lhe abrasava o sangue, a conversa fluente que o arrastou para uma noite que seria a primeira de muitas... As mesmas noites em que foi percebendo que Carmen não era uma mulher vulgar. Na verdade, estava bem longe de o ser...
Will,
http://looking-for-grace.blogspot.com/

E realmente Carmen nunca poderia ser uma mulher qualquer; só uma mulher muito especial o conseguiria levar ali naquela noite e em tantas outras, a ele que pertencia a um “outro mundo”. Talvez daí a confusão entre os dois nomes, Caim e Abel, as duas faces do seu “eu”…E toda a simbologia daquela cena, do sangue, das mãos atadas o fizeram pensar em castigo, castigo por ser diferente…Pinguim,
http://wwwdejanito.blogspot.com/

Um dia, cai ao chão, apodrecido, e sente que ela lhe faz falta. Sensação pavorosa. Sentir a perda de alguém. Olhar à volta e não entender a ausência. Dias partidos um a um. Dói-lhe nas veias. Antes sofrer a raiva e o sarcasmo. A saudade é bastante! Renova a decoração do apartamento e esconde as fotos, mas não. Não adianta. Sente a solidão percorrer-lhe a espinha. Dorme mal, passa metade da noite de olhos abertos, no escuro, como quem começa a exercitar-se para a morte. Horas insuportáveis. Sofreu muito, esteve quase ás portas da morte, ora se sentindo destruído, ora rejuvenescido a seu lado, em cada espasmo junto dela. Mas nem por um só momento arrependido. Sabe que ela não é perfeita…mas com ela aconteceu um Outono dourado, entre lábios e lábios toda a melodia era deles, uma vida em grande, intensa, e um mundo de aparato. Tem que viajar. A belíssima Vila que há tanto ansiava por conhecer, acolhe-o com requinte. Nas brumas dos atalhos por onde anda roçam olhares de enternecimento, que espreitam a sua angústia rouca de viajante nocturno, ou, numa circunspecta provocação, o seduzem, esgares femininos que soltam cirúrgicos recados. À noite, a música ecoa na margem do rio, saboreiam-se canções de cabaret ao abrigo da chama colorida dos candeeiros, o vinho tem travo adocicado, de um verde pálido, como um lago antes da tempestade e há amantes que dançam. Nestes lugares imersos, de toques e archotes, há sempre um banco num recinto, e alguém de conversa delicada. Acorda entre braços de mulheres, desgrenhado, em quartos com vista para a dor. Mas o que é deveras real é que ela partiu sem aviso para um qualquer lugar. Onde procurar? E se a encontrar, o que perguntar?
Luís Galego,
http://infinito-pessoal.blogspot.com/

Na sua dor Abel destruía-se, imaginando-a feliz nos braços de outro homem, dizendo e vivendo com outro aquilo que, no Outono da vida, julgara ser só dele. Não foi por acaso que foi parar àquela vila, como ela lhe dizia muitas vezes “Abel, meu querido, na vida não há coincidências”. Recorda agora como as suas frases e manifestações de uma fé, quase infantil, o faziam sorrir, contudo, por respeito aos seus sentimentos ficava com um ar sério. Mal sabia ele que ela fingia igualmente que acreditava nele; os seus olhos sempre foram mais transparentes que a alma dela.
O que será feito de Cármen? Numa vila junto ao mar ela procurou enganar os dias que compõem os anos. Pensa muitas vezes em Abel “será que alguma vez ele chegará a saber porque partiu?”
Não foi ausência de amor nem o tédio o que a fez fugir, foi acima de tudo o medo, medo de não conseguir preservar algo, que de tão grandioso só poderia ter um fim desastroso. Cármen não tinha palavras para lhe explicar esta sensação, ele era demasiado pragmático para a compreender.
Saberá Abel que Cármen é uma sombra? Perdeu a conta ao número de homens com quem já dormiu, em cada um deles julga encontrar um sinal, um vestígio de Abel. Porém, apercebe-se que se um tem as mãos parecidas com as dele, o acariciar é tão diferente que lhe chega a dar asco; outro até pode ter o olhar tão profundo que sente ver vestígios de Abel, mas ao acordar compreende que não passou de uma ilusão da miopia, do álcool ou da escuridão da noite. A maior dor foi quando encontrou, no bar da margem do rio, enquanto passavam as músicas de cabaret, um homem com uma voz igual à de Abel, tão igual que o sangue se lhe gelou. As palavras que saíram daquela voz foram tão desagradáveis que aquilo só poderia ser sacrilégio.
Continua naquela vila, variando entre o olhar no horizonte, durante o dia, a bebida no bar junto ao rio durante a noite e o acordar com um homem diferente na sua cama. Foram tantos que de manhã apenas se pergunta “o que será que vi de Abel neste homem?”. E pela enésima vez procura no recôndito do seu cérebro a recordação do cheiro de Abel. Esse é insubstituível!
jasmim:
">http://jasmimdomeuquintal.blogspot.com">

Abel bem trocaria, por outro cheiro qualquer, o vento fétido em brasa que lhe lhe esmagava o rosto. Deitado numa poça de pavor, tremia diante do enorme lagarto que lhe retirava, à chicotada, a pele do rosto com a língua afilada que saía colubreante da boca da largura duma gaveta. Só lhe via a cabeça, gigante como uma aparelhagem antiga.
A dor das golpeantes lambidelas foi substituída por mais um shot de terror, ao fixar os assassinos olhos do monstro, que entreabria os beiços de saliva gelatinosa, desvendando uns dentes criados na mente de um fabricante de giletes...
A proximidade do seu fim cerrou-lhe os olhos, mas ao ouvir um violento arrastar de enorme massa pelo poeirento soalho, abre-os, para ver o monstro recuar, urrando de dor aos sacões, como num filme de dinossauros a preto-e-branco. Rodeava-lhe o pescoço uma enorme coleira de fibra de carbono, e era ela que Abel sentia como a causa da tamanha agonia que via possuir o lagarto de três metros e meio que, vários passos já ao longe, se deixava avaliar.
Da sombra saiu um homem, de braço em riste. Tranquilo, calmo e elegante, na mão exibia um controlo remoto. Abel ouviu a voz suave de Caim antes de lhe ver o rosto, imerso ainda na penumbra da sala:
— Coleira electrónica. Todo o cônjuge devia ter uma ...— O lagarto, um Dragão de Comodo, jazia agora imóvel e exaurido, e a sua respiração ameaçadora passou a um pesado cicio aos pés daquele homem que, com o seu requinte, invadia, em contraste, a sala abandonada pelo estuque de décadas.
Com o antebraço, Abel limpou as gotas de suor que lhe dificultavam a visão de Caim, a três metros de si.
Petrificado, de sorriso curto, pela luz de néons longínquos que entravam pela enorme janela, caía-lhe um fato Yohji Yamamoto e pregavam-no ao chão uns Gucci 319, displiscentes, a empoeirarem-se com a película de estuque que flutuava na bruma de néon que a janela exalava. 
Foda-se...porque ficaria sempre o requinte para os vilões?... Lembrou Abel... Os SS foram vestidos por Hugo Boss...
— Sabes porque te encontras colado a esse chão, Abel?... É no que dá navegares no lixo mental que o homem vulgar confude com espírito. E deixaste-te corromper pelo mundo barato das emoções... como por exemplo, esse... amor...
Um sacerdote de Hórus passava atrás de Caim, agora em silêncio. Transportava, de braços dobrados junto ao tronco, uma salva na qual brilhava um punhal. Seguia-o um grupo de gente escura pela sombra no qual uma mulher se debatia amordaçada... Abel, ofegante, jurou reconhecer Delfina.
A osga gigante deixou-se abater por uma uma certa sonolência e o fedor da sala continuou...
 ... violentamente insuportável...
Rocket: http://rocket-slavetotherhythm.blogspot.com/

Quem dará um fim a esta saga será uma bela sereia perdida no meio do Charco Atlântico, a Blueminerva, que nos encanta a nós marinheiros, com as suas pérolas diárias...

Blue... solta...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

demoncratic

Churchill afirmava que, para questionar a democracia, bastava conversar durante cinco minutos com um eleitor qualquer.
Nos Estados Unidos cinco segundos bastavam...
Conheçam quem elege o homem mais poderoso do planeta...

terça-feira, 1 de julho de 2008

e se este deus não existir?

Para mim, os computadores são como maçãs mágicas. Depois de dar uma trinca numa, continuo às dentadas... até que esta não desaparece...

Falo de computadores pessoais, daqueles que temos ou em casa, numa mesa de trabalho em qualquer sítio. Os outros são pequenas abóboras, filhas das enormes abóboras dos anos sessenta, que ocupavam uma sala. Quem os criou não acreditava em magia, por isso nunca se preocupou em transformar as pesadas abóboras numa leve carruagem puxada por belos corcéis que nos pode levar a qualquer maravilhoso lado, como o é um Apple Macintosh.
Apenas diminuiram o tamanho dos bichos. E claro está, copiaram, e mal, o conceito do Mac para a vergonha não ser tão nítida.
Um computador é a ferramenta que mais aproxima o sapiens de um estatuto divino. Torna-o omnipresente, omnisciente e omnipotente. Contudo, um deus do Pc é um deus em dificuldades. Lida com um sistema pesado, complicado, com um manual de instruções obrigatório, e sobretudo uma interface doente. Atreita a constipações frequentes, vírus...
Mas, fenómeno interessante, graças ao marketing do sr. Bill Gates, o deus do Pc convence-se que é o único, que o mundo é monoteísta e que ele é o adorado... Allahu Akbar...

Fiz revistas de informática durante vários anos, e trabalhava com macs, sempre trabalhei. Por ironia, as revistas dedicavam-se ao mercado Pc, e os assuntos eram, obviamente as últimas novidades para Pc's...Nomeadamente os sistemas operativos, os famosos Windows.
Cada vez que era lançado um, mandava-me para o chão a rir agarrado à barriga... ria-me até me doerem os músculos do rosto. Chorava a gargalhar...
É que, para um utilizador de Mac e de qualquer plataforma OS, a versão do Windows lançada a seguir era uma cópia retocada, primitiva e colada com cuspo de uma qualquer interface Macintosh lançada seis anos antes...

...Mas não era isso que me fazia rir...

As lágrimas caíam-me pela face porque toda a humanidade era convencida de que o Windows era o único deus, e Bill Gates o seu profeta. E sei que assim era porque contribuía para isso, com as revistas e jornais de informática que fazia.

Acredito que muitos de vós nunca tenham utilizado um Mac.
Não só experimentar... utilizar, mesmo.
É como se o vosso mundo informático avançasse dez anos...
Mas isso não tem relevância absolutamente alguma, porque para a maior parte do mundo, excepto nos Estados Unidos, as abóboras criadas pela IBM, que enriqueceram algumas das maiores fortunas, como a do profeta Bill Gates ou o dono da Dell, são o que o homem comum reconhece como computador... que nunca tocou numa maçã...

Nunca utilizei Unix. Só conheço Mac's e Pc's. Cada vez que utilizo um Pc mordo os lábios, e como trabalho com um todos os dias fora do meu atelier, sei do que falo.
Como utilizador de Mac num mundo de Pc's, sinto-me numa aldeia primitiva da Polinésia onde se adora um deus do vulcão...

E se este deus não existir?
Não vou ser eu a informar os aldeões...