E é o que estamos a fazer, neste momento. Nós, Ocidente, em território chinês.
Têm a sua graça, as acusações redutoras que se fazem à China. Direitos humanos? Boa...
Lembro-me da minha primeira viagem de comboio em Portugal, após o regresso de África. O destino era a Parede, tinha eu doze anos. Senti fecharem-se as portas do comboio e, num piscar de olhos, a chegada ao destino. Isto, porque em África qualquer viagem durava, no mínimo, seis a oito horas (quando não um dia inteiro) e aquela viagem de comboio demorou vinte minutos.
A travessia de Portugal, de norte a sul, é uma brincadeira de crianças comparada com as viagens que fiz nos "subúrbios" de Nova Iorque, comigo ao volante. Normalmente atravessavam-se três ou quatro estados e duravam quase um dia, mas não me cansavam tanto como uma ida a Viana do Castelo. Isto porque a percepção do tempo varia com a amplitude espacial da área na qual nos encontramos. Ou seja... tudo é relativo.
A relatividade dos valores culturais continua a não ser tida em conta na Diplomacia. "Direitos Humanos" é um termo caro a nós ocidentais, mas nada representa para um operário chinês. A vida humana, na China, vale menos que um fardo de palha. Haverá porventura mais homens que fardos e o gado precisa de alimento. Por isso talvez, lá os fardos sejam mais acarinhados que o couro de cada cidadão.
Olha-se para a China como um ogre que devora o Tibete. Já lá vamos.
Primeiro convém referir o que já todos se esqueceram, excepto os chineses: a China foi, ela própria, num passado recente, uma violenta vítima do Japão e do Ocidente. E nunca se esqueçam de um implacável princípio: as maiores vítimas tornam-se nos piores carrascos.
No princípio do Século Vinte, um dos maiores motores da economia era o comércio de droga, que agora se demoniza, e se apelida de tráfico. Em 1900 era legal, cotado em bolsa e enriquecia muita gente de bem. A China era um pivô comercial importante, sobretudo como produtor de ópio. E era explorada à boa maneira colonialista, com os fardos a saírem de lá a dois tostões para depois serem vendidos em Liverpool a quinhentos paus.
Os chineses fartaram-se e revoltaram-se. Na Revolta dos Boxers só se fala, em termos históricos, dos duzentos e trinta estrangeiros mortos, mas ninguém refere os milhares de chineses que sucumbiram durante e depois da revolta que custou o pouco poder que ainda mantinha a dinastia Qing. Os ocidentais, mal o ópio perdeu interesse comercial, abandonaram a China, mas os japoneses... não. Ficaram por lá a infernizar a vida daquele povo até ao fim da segunda guerra mundial. E como! Perderia muito tempo com pormenores, mas conto apenas o seguinte: a um soldado japonês reservava-se o direito de matar imediatamente qualquer cidadão chinês que não o saudasse... Morreram centenas de milhares...
Mas essa mortandade não foi nada frente aos milhões que os próprios chineses mataram na revolução cultural...
E, aqui, é notícia, a abrir telejornais, um taxista baleado...um.
Vê-se assim a diferente cotação da vida humana em diversas latitudes...
O Tibete era, e continua a ser considerado um estado soberano, mas na verdade nunca se comportou como tal. Um estado digno desse nome tem a obrigação de se proteger. E para isso, não necessita, de todo, de um enorme exército dissuasor...
Eu, se me aparecerem dois ou três caramelos para me fazerem a folha, e se tiver sorte, talvez o dia seja meu... mas, se forem mais que isso, e se conseguir fugir, sei que não descansam enquanto me encontrarem, por isso, pego no telefone e ligo para alguém com quem mantenho uma aliança, um pacto. Assim quando me aparecerem quatro gajos, do meu lado aparecem outros tantos... ou mais (é claro que tenho que estar para eles, quando necessário). Na política internacional as coisas também funcionam de forma análoga, embora mais elaborada, mas o princípio da aliança é algo poderoso. O facto é que o Tibete era um estado espiritual, e não se preocupou, de todo, em salvaguardar a sua soberania, deixando-a nas mãos da geografia e da sorte. E é agora que o Dalai Lama se preocupa... tarde de mais. A cedência dos Jogos Olímpicos funcionou como uma chancela diplomática internacional à ocupação chinesa... não há nada a fazer com o que há, e a única hipótese seria um banho de sangue mediático. Mas, mesmo isso...
Neste momento sinto que o Ocidente está a dar, completamente, o cu à China. Não só na questão Olímpica, mas também na comercial e industrial. Económica, em suma. Oferecemos, de mão beijada, tecnologia de vanguarda, e o que se recebe em troca é questionável. A indústria automóvel chinesa está tecnologicanente avançada, graças à cedência de engenheiros e know-how, nomeadamente da BMW. Constroem-se Bms e só o logotipo, parte do design...e o preço, é chinês. O sumo é bávaro. Estamos a muscular e transmitir uma enorme dose de confiança aquele gigante.
E eis a prova que a China encheu o peito: nos Jogos Olímpicos, vinte e seis regras, alguma de natureza quase medieval, para nós ocidentais (e como nos pesou a Idade Média...) e, a acrescentar, interdições de natureza mediática, algumas de índole moral... Toma lá.
O destaque que a China terá nestes Jogos Olímpicos, a par das vitórias desportivas, que irá somar mais que outro país, vai oxigenar e fortalecer ainda mais este dragão que acorda. E o resultado vai ser funesto, para nós ocidentais. Imaginem: malta nas fábricas a trabalhar quase à borla... e não só nas fábricas: escritórios, poules informáticas, estúdios discográficos e, dentro de muito pouco tempo, gabinetes de engenharia, design, arquitectura... (vá lá, escapam-se os advogados...).
Esta situação, da esparrela onde todo o Ocidente se meteu, evoca-me a imagem daquela mulher que se casa com um milionário, com o qual se deita na noite de núpcias, e que, ao acordar, o mesmo revela aquilo que escondeu durante o noivado: a sua natureza psicopata.
Agora já está, e pela primeira vez na História, uns Jogos Olímpicos vão definir de forma atroz o futuro de várias gerações. Irreversívelmente.
Mas a melhor imagem, quanto a mim, é a da posição "à rodeo":
Quem está por cima, sussurra a quem está por baixo, o nome repetido de outrém, e depois... tenta aguentar, em cima, o máximo tempo possível... como num rodeo.
E quem vai estar por cima... é a China.
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44 comentários:
São tenebrosas as razões que descreves, a China é um Gigante que aprendeu, silenciosamente, a arte de subjugar e ainda agora a começou a usar.
Sem qualquer prejuízo das razões sociais e históricas que invocas (sublinho), a questão dos direitos humanos é-me, ainda assim, chocante à luz deste século XXI em que vivemos. E é chocante ali, da mesma forma que o é em tantos outros pontos do globo, muitos deles ocidentais.
O que estou a tentar dizer é que, essa questão não pode ser avaliada, nem justificada, com os “anteolhos” de uma sociedade que, em virtude do seu percurso histórico-social, dá à vida humana uma “cotação” inferior.
A vida humana tem uma só dignidade, independentemente da localização geográfica, da história, da cultura, da sociedade, do povo, dos respectivos dirigentes.
Aceito e percebo e concordo (volto a sublinhar) que se atenda a tais razões para apreender o problema como um todo, mas não para justifica-lo.
Enfim … de qualquer forma eu, pelo menos, talvez me safe, por isso pago o café ;)
Beijinhos grandes
Bolas homem, tens o poder de me assustar! Lá vou eu ter pesadelos... mummyyyyy :(
Já me estou a imaginar a esfrangalhar no chão... Glupppp
Abração :)
Rocket,
Concordo a 110% com o que dizes.
Reforço apenas a ideia que deixas, que se prende com a TRETA da atitude permanente de quem pactua com parcerias baseadas numa “paz podre”.
Principalmente, em acordos de subserviência económica, porque é nisso que vai dar, descurando princípios básico de equidade social e económica, não só dos gajos, mas principalmente nossa.
Esta atitude, com vistas de curto prazo, esquece que, como dizes nos deixa de cú virado para a China e que, no longo prazo, não só o vamos ter sequinho pelo sol, como ainda os tipos nos vão meter lá o dedo, sem tirar os anéis.
Como nos podemos queixar do desemprego, quando abrimos fábricas apenas pelo custo da mão-de-obra? (porque a qualidade continua a ser deficiente e os custos da não qualidade, ninguém os quantifica).
Claro que como dizes, a China vai ficar por cima!..
TRETAS das politiquices!...
Um abraço
Texto extremamente lúcido e bem elaborado de uma realidade incontornável dos nossos dias, com ou sem J.O., e que é, como bem denominaste "o acordar do dragão"; e o dragão é enorme, enorme mesmo...
Abraço.
Depois disto já não sei se quero ir.
Beijão
mlee
a china é que nos ensinou a arte de sujugar, já a sabe há 2000 anos. foi lá que começou a civilização. aliás... tudo: urbanismo, as regras da função pública e administração, os fundamentos da filosofia aplicados a uma sociedade urbana, esgotos, indústria (coisa que aqui só se descobriu pouco antes de dickens...) ...bem...
o meu intuito não é justificar tiananmen ou o tibete ou a forma como os chineses olham para cada cadáver humano: um par de olhos, um fígado, rins, tudo transplantável e com uma cotação em mercado, ou qualquer outro horror.
se me dói na alma ver o sofrimento das árvores da minha rua, todas doentes, e dos gatos, que esfomeados, percorrem as traseiras do meu prédio, muito mais me toca o sofrimento dum ser humano e sabes que assim é. apenas sou o mensageiro...
o homem ou a sociedade que mata não é mau. apenas se rege por princípios que atropelam os
que eu e tu partilhamos, os dos seus interesses.
e agora vou afirmar-te algo, motivo de reflexão:
quem defende a vida humana ou qualquer outro valor, com violência, é um potencial prevaricador na defesa do que defende... temos que ser fortes mas não emocionais, ou a gadanha nos vem parar às mãos...
não te assustes maninha, sabes com isto é cá por dentro... confúcio explica: "olhem o rio amarelo, observem a sua calma superfície, por baixo encontram-se os remoinhos mais perigosos que qualquer água possuíu"...
muitos cafés, maninha...muitos
beijinhos grandes do mano
tá-se bem!
vês o que poupa em filmes de terror? é só passares por aqui...a realidade pode ser bem pior...
uh uh ah ah
deixa estar, o ocidente também é grande...
abração
tretoso mor
há quanto tempo não compras um aparelho numa loja chinesa?
eu tenho comprado vários. e afirmo-te que a qualidade está a subir. tenho uma máquina com a qual faço a berba e corto o meu próprio cabelo: sete euros. uma de barbear: seis euros e meio. a braun, de mãos na cabeça, já não sabe o que fazer... uma lâmina braun são vinte e cinco euros...
várias ferramentas por um euro.
funciona tudo lindamente.
o mito da falta de qualidade dos produtos chineses é um dos seus maiores trunfos. é assim que justificaram numa primeira fase a sua entrada no mercado, a baixos preços. ainda mantém coisas que não valem nada, claro... mas lembra-te qua muitos aparelhos e qualidade e prestígio são lá fabricados com marcas reconhecidas.
compraram a thompson...
vão vender carros topo-de-gama a preços de mégane...
a malta ainda não deu conta do entalanço em que está metida...
um abraço
pinguim
o dragão é tão grande que basta uma trinca...
abraço
xunaninha
tenho adiado este post, porque posts longos tinha-os deixado para setembro, em respeito ao descanso do tico e teco de cada um.
contudo, descupa amiga, era esta a altura...
mas vai. tu e o joãozinho são pessoas educadas e civilizadas. os chineses apreciam isso e vão tratá-los muito bem.
a civilização nasceu lá.
depois traz-me informação e algas secas com fartura...
beiiijo, amiga
Rocket,
eheheh!.. Recuso-me a comprar nos chineses porque não gosto do ambiente de desconfiança que se vive nas lojas.
Não querendo criar um "fórum de discussão", gostaria apenas de frisar que não correlaciono a qualidade com a matéria prima, pois essa é escolhida de acordo com o mercado a que se destina.
A qualidade a que me refiro, prende-se com a "perfeição" de cada produto, associada aos processos, á experiência e à formação.
Neste aspecto, os rapazes, por si só, estão aquém de muitos países.
Quando falas de grande marcas, exigentes quanto à qualidade, elas ou lhes (a empresas locais) subcontratam a fabricação de componentes, com todas as indicações muito bem especificadas, de produto e processo, acarretando ainda assim um índice de rejeição elevado, ou as marcas instalam-se mesmo lá (deslocalizam-se), para garantir que esse índice reduza.
Era só esse esclarecimento.
Um abraço
Tss tss... os verdadeiros paladinos dos direito humanos são os States tudo o resto é barbárie!
Caro amigo, eu comungo da causa tibetana, porém, e diplomacias à parte, os monges que se acalmem que eu não quero que me fodam os Jogos Olímpicos!
beijocas bebé
Há aspectos em que estou plenamente de acordo contigo...outros simplesmente não estou. Mas como estou a dar um descanso ao tico e ao teco, se não te importares, discuto contigo este assunto mais tarde.
Estou mesmo no ir...
bjssssssss
Mas o facto de se armarem e defenderem as fronteiras não iria contra o fundamento de não violência do próprio estado espiritual? Repudiar com um exército um invasor que dessa forma nos obriga a ir contra os nossos princípios seria um paradoxo doloroso. Temos de combatê-los, mas não acreditamos na violência? Como é que lutas contra isso sem te traires a ti mesmo, e em tudo o que acreditas?
Não sei se o Tibete se distraiu ou se demitiu da responsabilidade de se defender da China. Talvez não contasse com a falta de respeito. Resume-se tudo a isto: respeito. Pelo próximo, pela vida, pelos princípios, pelos limites.
É claro que, se o Tibete trouxesse algum valor acrescentado aos interesses monopolizadores de agenda de hoje, já estariam capacetes azuis por lá. Teriam sido boicotados os JO. Aliás, nem sequer teria sido admitida a candidatura. Isso é que era uma atitude de homenzinhos. Mas como o Estado Espiritual não contribui para a Balança Comercial... Como os santuários não andam muito bem cotados em bolsa, ultimamente...right?
Concordo com o teu prognóstico de elevação da China. O Ocidente devia ter aprendido alguma coisa com a patacoada dos US no Afeganistão e os treinos dados aos Bin Laden e afins. Esquecem-se que as alianças de hoje podem dar os inimigos mais bem preparados de amanhã. Na altura riram. Hoje em dia, choram. E havemos de chorar mais, garantidamente.
Espero que sejam uns grandes JO. Espero que os atletas nos façam esquecer que o palco está em Pequim e a podridão que gira em torno disso. Espero que os chineses não ganhem mais medalhas do que o habitual e que POrtugal traga aquelas por que ansiamos. Espero que grupos marados não tentem usar o evento para semear violência e morte como em Munique. Espero que este mundo volte ao normal, um dia...
Sorry, estiquei-me, as usual.
Beijinhos
Elah
O meu tico e teco estão em estado de hibernação..loool
Ternura há oportunismo de ambas as partes.
Os oprimidos tibetanos têm realmente do que reclamar.
Os chineses já demonstraram sua capacidade de oprimir.
Agora a questão tomou proporções muito maiores em todo o mundo.
Uma nação como a China não devia sob nenhum aspecto, sediar um evento que tem como idéia principal à liberdade e a confraternização humana.
Porque como sabemos esses direitos lá não existem, basta ver as ultimas noticias em que falam de 4 mil chineses que "vasculham" a internet para "filtrar" toda a pesquisa feita sobre os jogos olimpícos para tentar impedir que saia cá para fora informação que os desfavoreça, ridiculo e manipulador.
Enfim..
Beijossss querido
E uma mão lava a outra!
E a realidade é bastante relativa. ;)
Aqui à tempos vi um documentário que falava exactamente no que te referes. Pior ainda, porque para o ilustrar mostrava imagens de arquivo de cenas atrozes que realmente pareciam tiradas de um filme de terror.
É incrivel a capacidade mórbida que o Homem tem de nos surpreender negativamente, seja de que nação for. Olha, eu vou algumas vezes à loja dos chineses. Tens razão quando dizes que a qualidade tem vindo a aumentar...subrepticiamente...
Sabes que mais...Vivam os JO e esperemos que tudo corra pelo melhor e que se celebre a vitória dos desportivismo entre todas as nações.
bjokas
P.S. Tb vieste de terras de África?
regressaste de África aos doze anos?? que giro eu tb...
e também andava de comboio CFB... e quando as viagens demoravam 3 dias??
tretoso mor
é impressionante a velocidade dos acontecimentos relacionados com a questão chinesa.
neste momento, tanto o que afirmas como o que posso afirmar, em alguns dias será uma realidade longínqua.
o maior déficit dos chineses, a nível da engenharia está a ser resolvido à velocidade de quatro anos, o ocidente também contribuído,como referi, de uma forma cândida, para o reforço da formação chinesa nesse âmbito...
é uma questão de tempo... mera.
abraço
blue
pró-americana, a minha sereia...ok.
...a opinião pública dos states é uma coisa... o governo é outra.
a cabeça que pensa no governo americano em termos de política externa... é a da cia...
nunca mataram ninguém...
beijos, sereia minha
lenib
quando voltares das massagens a 4 mãos a gente fala...
beijos
oh e eu que até gostava de ir à loja dos chineses, após ler o teu texto, convenceste-me, nunca mais lá ponho os pés ;)
(lá vou ter de regressar à boutique alcofa)
Beijo miudo
Por cima..... é sempre uma agradável prespéctiva de ver as coisas.....
Neste caso, é que seremos completamente absorvidos pelo poder de um pais que funciona como um formigueiro, não interessa um elemento, mas sim o seu todo.....
xi
sapphire
nem mcabe aqui o exemplo que evou dar: um aecha alemão inquiriu um embaixador suiço numa recepção antes da II guerra perguntando-lhe o que faria io exército de um milhão de homens da suiça se duas divisões ( 2 milhões) invadissem o país. o suíço retorquiu que tinham apenas que disparar duas vezes...
por isso eu dei relevo à questão das alianças e da diplomacia, que foi completamente ignorada... para ser retomada em completa desvantagem, de calças na mão. um amigo meu foi ouvir o dalai lama e no fim havia recolha de fundos...para quê?
para ouvir o choro tibetano mais alto?
ghandi foi um exemplo da não-violência como instrumento... a seguir.
quanto ao afã com que esperamos os JO, é típico e eles contam com isso...ópio do povo...
bjinhos miaus
vitinha
a china é um estado policial... não brinca.
a tentaiva de abrir aquilo com os JOs, resultou ao contrário...
beijos, docinho
gi
relatividade que se esquceu, não podemos medir tudo pela nossa bitola...
zabour
o horror chinês tem muitas facetas...toda a gente se esqueceu de tianamen?
os deporto serve para isso mesmo, para nos adormecer em relação ao resto
bjos
g
é mesmo : )
bjos
O Dalai Lama é apenas humano. Precisa de dinheiro para levar a sua mensagem ao mundo...digo eu. Não me choca por aí além que tente amplificar o choro. Mas é certo que ganhava mais em investir em aparelhos auditivos para distribuir aos líderes do mundo ocidental.
beijinhos budistas ;)
Pró-americana eu?!?! Haverá sociedade mais esquizofrénica, decrépita e degradada que a americana?!?! Atirem-me água benta... Ai se o Lincoln soubesse o que fizeram da "sua" América.
beijos
coragem
tu estás a brincar, môça... eu vou lá...é bom e barato.
bêjos môça
dalapa
é assim a filosofia de vida oriental, caracterizaste-a bem...
só que aquilo não é um país, é um mundo...
abraço
sapphire
a política, na sua vertente diplomática, é como qualquer negócio... se não tiveres nada que interesse a ninguém, ninguém te compra nada...
o ghandi vendeu paz e estabilidade, ao começar boicotes como o do sal e outros. não ficou quieto.
beijinhos miaus
blue
entãos estavas a brincar... ainda bem...estava a ver que te mandava uns vídeos...
mas nem tudo é mau, vindo dos states... há uns filmes fixes!
bjocas, sereia
gostei de ler.t
coerente, lúcido
sim senhor.....eis um vero defensor
mas a ultima imagem é uma delicia....:))))))) te segura..ehehe
jocas maradas
psttt aqui que ninguem nos houve há paletes de coisas q gosto ......nos states,,,,,,,vero......
+ jocas ---- sabido:))))
su
também eu, claro, loura...
jmas
Só acrescentar que a bússola que veio a orientar europeus e afins foi criada onde ??? precisamente....
esta velha mania de desvalorizar culturas milenares um dia acabará mal...
beijos
MM
precisamente.
beijos
Amigo, este post está magnifico. a qualidade dos comentários acompanha na perfeição. Deixo assim a minha singela opinião: As questões de Princípio, como seja a matéria da dignidade da Pessoa, vulgo, dos direitos humanos, não deve ser objecto de interpretações simplistas extraídas à luz de perspectivas confinadas por moldes culturais, pois factores de ordem natural continuam a explicar com grande clareza diferenças da vida dos homens em todos os lugares do Mundo. Concordo que o respeito pela vida humana na dimensão da dignidade que lhe é inerente deve ser universalmente proclamada e intransigentemente defendida. Todavia, existe um plano teórico dos primados que só tem reflexo e seguidismo vivencial se for condignamente apoiado por uma estrutura de sistema alicerçada em razões e instrumentos de natureza prática. Assim, é para mim líquido que se um País não possuir força militar capaz de repelir uma eventual ameaça ou ofensa, jamais poderá seriamente descansar que os valores que preza sejam respeitados. Não vejo contradição insanável nisto, antes pelo contrário. Existe um plano, um patamar se quiseres, que diz respeito a valores tutelados pela Sociedade, e depois existe o outro patamar abaixo que assegura a inviolabilidade do primeiro. O pessoal no tibete não viu bem o filme. Ou achas que se desmantelassemos a nossa Defesa, que Portugal poderia suportar por muito tempo o Primado da Soberania nacional? É evidente que não.Dou-te um exemplo. Quando eu tinha oito anos veio para a minha escola um tipo que era o dobro do tamanho de todos na sala, batia em todos, até nos miúdos dos anos seguintes. E, teve um crush por mim, pois fazia questão de me acompanhar até às imediações de casa aterrorizando-me pelo caminho, e o tipo não morava, sequer, próximo de mim. Ao fim de uns dias, o terror era tal, que certo final da manhã quando tocou para a saída, comecei a tremer e mijei-me todo dentro da sala. Acabrunhado, fugi. Quando cheguei ao Portão o gajo já estava à minha espera. Não podia suportar que alguém percebesse o que me tinha acontecido, e do mesmo passo pensei, " o gajo vai-me atrasar e toda a gente vai perceber". Aí, em pânico, olhei para um canteiro e saquei a maior pedra que lá vi, de seguida corri para o portão, lancei-me ao "preto" e disferi-lhe com a máxima força que tinha, uma cacetada no rosto, largando de imediato a pedra e esperando que se abatesse sobre mim o Inferno. Surpreendentemente, o tipo, agarrado à cara, atravessou a rua e sentou-se no degrau da porta de uma casa que havia em frente, nunca tirando as mãos do rosto, desatou a chorar compulsivamente. Ninguém viu que estava ensopado no meu mijo. Só viram o que eu tinha conseguido fazer. Passada uma semana, eu e o preto, no intervalo, passávamos em revista os lanches dos outros putos que os dispunham à nossa frente para escolhermos o que mais nos aprouvesse comer. Conclusão prática: criámos uma aliança que durou todo o tempo que permanecemos naquela Escola. E cuja cumplicidade nos seguiu pela vida fora. Quero com isto dizer, que mesmo os grandes podem preferir deixar de invadir um pequeno se houver a possibilidade real de levarem com um calhau nas trombas! Mais, alguns, até podem chegar a fazer concessões, tais como partilhar a liderança ou o produto do saque, no meu caso, o direito a ter amigos que eram meus protegidos, nos quais ele não tocava, e acesso ao ritual de escolha do lanche dos outros putos.
Quanto à China. Não vejo as coisas tão negras como tu. Pergunto-te: A quem pertençem as acções do Capital das Empresas Chinesas. No caso de muitas, a maioria pertencem a Grupos Ocidentais. Existem excepções, eu sei, mas ainda demorará, até que se constituam como uma verdadeira ameaça. Mas se o Dragão está a despertar, não deve a raposa adormecer. Aí estou de acordo contigo. Um País que não tem capacidade de produzir de alimento mais do que um punhado de arroz por dia/pessoa, não me assusta. Um País que não tem água para beber porque não tem infraestruturas para a reservar, não me assusta. Um País onde mais de 2/3 população pode não estar sequer civilmente registada, não tem BI e oficialmente não existe, repito, não me assusta. Um País onde a tuberculose não resistente, apresenta índices de mortalidade na ordem da centena e meia de milhar por ano, onde cerca de 5 milhões estão oficialmente declarados enfermos pela doênça, em que são por ela afectados cerca de 200 milhões de migrantes rurais e aonde surgem 2500 novos caso/ano, por enquanto, não me assusta(Sob o ponto de vista do perigo de nos sujeitarem a um domínio económico Chinês, entenda-se). No entanto, com este teu Post, já não vou comer pato à pequim tão depressa. Vou antes comer uns medalhões de vitela cobertos de fino queijo de ovelha à moda da tia Alice. Todavia, gostei imenso da achega que nos deste hoje aqui sobre o despertar do Dragão.
Um abraço grande.
Bem, a grande verdade é que nós europeus só nos preocupamos com direitos humanos no máximo há uns 50/60 anos.
E sim, a China vem aí para dominar, mas são os ciclos da sociedade humana, por daqui a uns 200 anos será outro bloco qualquer a dominar.
Um abraço
consuetudo
partilhaste um belo exemplo de ordem prática de diplomacia... é que as coisas funcionam assim mesmo:
neste momento, a filândia pode gozar um pleno historial de liberdade, graças à sua determinação frente aos russos nos anos trinta.
em relação á china, não te assusta um país com todas essas lacunas...bem...existem mais ainda. possuem diques e barragens que matam por incompetência dos engenheiros, e outros, inúmeros episódios do género.
mas, para além de tudo o que apontaste, na china ser de somenos importância neste momento, a solução que se lhes afigura para todos esses problemas é precisamente a expansão.
neste momento é difícílimo a qualquer português, pasme-se, encetar uma viagem até angola, contudo, aquilo está plenos de chineses...
além de que são rápidos...em tudo.
abração
apenas um gajo
há que atentar no seguinte: "direitos humanos", "pedofilia", "violência doméstica", "trabalho infantil" e outros termos que agora se encontram presentes no léxico, há bem poucos anos se pediam para ser soletrados. isto fruto duma sociedade em que os media passaram a ser importantes.
em contraponto, já ninguém quer saber de palavras que levavam, mesmo, à fogueira, como "sacrilégio" ou "bruxaria".
tudo cíclico, como a rotatividade de poderes...
abraço
Mr. Rocket,
este post tem muito que se lhe diga.
Desde logo fiquei agradavelmente surpreendida pelo conhecimento profundo deste período da História.
E se sabes este, o mais provável é que saibas os outros.
No entanto, se há coisas que escreves com as quais concordo, outras há em que estou completamente em desacordo.
Assim, " justificar" de algum modo as barbaridades que se cometem naquele país e a relativização dos Direitos Humanos com aquilo que já sofreu, é para mim injustificável.
Como escreveu Kahlil Gibran " An eye for an eye, and the whole world would be blind"
Infelizmente, e embora seja pacifista militante, guerra é guerra, e todos sabemos as atrocidades que são cometidas.
Sucede que aquilo que é criticado aos chineses é o que eles fazem ao seu próprio povo, e em tempo de PAZ.
Por outro lado, é absolutamente lamentável que o resto do Mundo que se reclama de democrático tenha aceite que fosse a China a organizar os Jogos Olímpicos.
Mais altos valores se levantaram!!! Como acontece na política.
Sem falar nas condições que eles impuseram para serem cumpridas durante os mesmos.
Era de esperar que o fizessem.
E "last but not the least" a questão do Tibete.
Vais-me desculpar, mas embora não saiba bem o que é " fazer a folha a alguém" imagino que seja algo nada recomendável, mas
1º Eu não tenho que andar armada para evitar que o vizinho do lado me assalte. Ele não me pode assaltar, ponto final.
2º O Princípio da não Intervenção, consignado na Carta das Nações Unidas, proíbe a invasão de um estado soberano por outro, a menos que esteja em perigo a segurança mundial.
Ora, não me parece que os monges Tibetanos ou o povo de Lhasa sejam perigo para alguém.
Só indo ao Tecto do Mundo e vendo aquela maravilha se pode entender quão anormal, selvagem e condenável é a apropriação pela China do Tibete.
Só ouvindo e olhando nos olhos o Dalai Lama se pode entender.
Alianças? Mas porque haviam eles de fazer alianças?
E pior: quem quereria fazer alianças com eles, se não pesam na economia mundial, não têm petróleo, etc, etc.
O que eu não consigo entender é como é que nós, pobres mortais percebemos que a China há muito que se vem infiltrando no Ocidente e que com a realização dos J.O. será a invasão pacífica, porque o facto é que todos gostam de assistir e os Senhores do Mundo ainda não perceberam...
Há amigas minhas que já estão a pôr os filhos a aprender a falar mandarim, sobretudo se forem licenciar-se em Direito.
Enfim, e em resumo, até porque isto já não é um comentário, mas um post ( peço desculpa, mas quando mete China/ Tibete/ Política Internacional/ Direitos Humanos e Animais nunca mais paro).
Em resumo dizia eu, excelente post, muitíssimo bem escrito e extremamente pertinente.
Concordo com as conclusões finais discordo de algumas justificações, como atrás ficou exposto.
Beijinhos e bom fim-de-semana
Ps: Se tiver paciência e tempo leia os posts que fiz em Março, dias 31 24, 26 e 6.
babyvelvet
apraz-me constatar que tens muito bons vizinhos. eu também o sou, porque na verdade impedi um assalto aqui mesmo à minha frente. julgo que o meu vizinho não o será, porque nunca me agradeceu...
os dois pontos que abordas têm como os relógios, um mecanismo oculto de funcionamento. para o compreender, existe um grupo disciplinar nas faculdades apelidado de "relações internacionais".
é só com uma política de alianças que se consegue sobreviver como estado soberano. o dalai lama sabe-o...agora. tarde de mais, como afirmei.
apenas fui o mensageiro.
não desculpo ninguém, mas acho-me na obrigação de o compreender, porque só assim conheço quem me quer mal.
quem não tem, inventa. a suíça, holanda, luxemburgo, etc, também são pequenos...
beijos
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