
"What happens in Vegas, stays in Vegas". É o aviso à navegação duma cidade do deserto em que é Verão todos os dias... Porque, nesta estação, se vive segundo padrões morais tão ligeiros como a roupa que se veste...
Passei, no Verão, por episódios do arco da velha... Gente insuspeita a ostentar o comportamento mais suspeito possível... isso e outras coisas que o comprovam... e não é só o calor, o responsável... é tudo...
Com o Verão, chega uma boa dose de tes... Tempo livre? No meu caso, sim. A maior parte dos meus clientes vai para férias, fico quase só com as avenças... e até podia aproveitar para escrever tópicos longos, como de costume... mas nesta altura a malta gosta é de petiscar... É a
silly season...
Qual era o assunto? Sex & drugs...ou ...drugs & sex?
Ok... mas, antes: "what happens in summer, stays in summer". Isto significa que este post será apagado dia 21 de Setembro, mal acabe o verão... toda a gente que o leu se vais esquecer do mesmo. Aliás, nunca existiu, se perguntarem por ele...vai-se desvanecer com o calor...
Sendo assim... Esta vai já direitinha à cabeça:
Deixem-se de merdas: toda a gente se droga.
Ai não...
E a sangriazinha.... a bejeca, o gin tónico, o whysquizinho, o cafézinho, o cigarrinho?... não?
E um Xanaxzinho, uma Fluoxetina, um anti-ansiolíticozito, um tónico, um
speed... um chocolate...
Pois é. Certos hábitos, na sua maioria alimentares, tornam-se diária e, por vezes horariamente, recorrentes, pela necessidade do corpo em suprir substâncias às quais se foi, paulatinamente, habituando...
Drogas não são só as da cartilha, como os haxes, as cocas, os speeds, os drunfos, os mds, os ecstasis, os cavalos e outros animais como a morfina... os lsds, os cogumelos, os mets... Aliás, nem são esses que quero enfatizar, são tão massacrados que é um pouco como bater no ceguinho...
E quero acrescentar algo da minha visão pessoal da coisa.
Ser criativo.
Considera-se droga qualquer substância que altera as funções de um organismo, ao ser ingerida. Classificam-se ordinariamente em três categorias: estimulantes, depressoras e perturbadoras. Aqui vou alargar a definição e abarcar algo mais, e vou demonstrar que não é necessário ingerir qualquer substância para experimentar alucinações, para ficar estimulado, ou para ficar com vontade de deixar um testamento na mesinha de cabeceira... (hum...bem...essa fica, talvez, para outro dia... é verão!)... Porque, pura e simplesmente, tal não é necessário.
Ela pode já estar cá dentro.
Existem substâncias químicas das quis estou dependente.
Pois é... dramático. Sou um drogado. Um agarrado.
E quando as quero, com maior ou menor desespero, vou ter com um
dealer muito especial, alguém em quem confio, aliás, em quem mais confio: eu mesmo.
A minha droga de eleição é a endorfina. Abarca um grupo de químicos, sintetizados pelo próprio corpo, neuromediadores ligados à origem do bem-estar e do prazer.
O corpo gera endorfinas quando obrigado a esforço físico na forma de exercício. E é um potente fornecedor. Principalmente se praticado com regularidade, como no meu caso. E cria uma dependência... brutal.
A libertação de endorfinas provoca uma sensação de euforia, de bem-estar, de plenitude. E o facto de psicologicamente nos sentirmos fortes com as barreiras que ultrapassamos, revela-se numa melhoria da auto-estima (pois é... mais ainda...).
Mas nada bate o sexo, como gerador de prazer. Isto em minha opinião. E existem fortes apoios à mesma: adrenalina, estrógenio, testosterona, dopamina, noradrenalina ...até hormonas de crescimento (também faz crescer, e esta?... hum... estou a lembrar-me de alguém... sua tarada!) são libertadas durante o festim sexual. É um foguetório!
Mas a malta é insatisfeita por natureza, e assim sendo, este parque de diversões não chega, e... toca de lançar, para a fogueira, mais petróleo... e começa-se a inventar.
É por isso que muita gente estica a velocidade máxima com um pouquinho de óxido nitroso... ou seja, metem mais qualquer coisinha à mistura...
Eu, como não tenho posses para pagar um estudo a uma universidade sobre o assunto, vou ter de me recorrer da minha rica experiência pessoal e confiar no meu discernimento, neste âmbito... vejamos...
Coca. Nos anos oitenta começou a circular e como todos os começos, foi em grande. Lembro-me de ter estado presente em festas onde alguém mais velho me afirmava: "
man, não adianta sequer pensar em voz alta sobre isto fora daqui, por todos os motivos, mas o principal é que ninguém ia acreditar..." e não dava para acreditar, mesmo. Era uma droga divertida. Escrevo Era, porque Foi ...
No more. Mas quando era, e porque eu também era divertido, havia umas meninas que começavam a noite de chapéu à "bolero" e levavam-no para a cama pois eu fazia questão disso. Mas... nã. Eu não me convencia, Ou curtia a droga, ou a toureira... Coca na cama...
out.
Cannabis. Bem... erva é uma coisa e haxe é outra, e também...nã. Excepto se a parceira for alguém muito familiar. É que a porcaria da
cannabis amplifica as emoções...se estás alegre, ficas mais ainda, se estás preocupado...
E, se não conheceres a gaja de lado nenhum, o
chamon reforça a sua categoria de estranha... quem és tu? Se a coisa correr mal, podem ir ambos para a cozinha, que aquilo dá uma fome do cacete...
Opiácios? Passo. Nunca experimentei. Também nunca experimentei a sensação de alojar no crâneo uma bala de nove milímetros... existem coisas que acho que vou morrer sem saber... mas não fico triste por isso.
Álcool. Isto faz-me lembrar alguém, de extrema beleza, que se entristecia comigo por eu adormecer mal chegava a casa depois de jantar... era grave, ela trazia sempre
lingerie de endoidecer...mas, quem lhe mandava beber só um copo de vinho e deixar o resto da garrafa por minha conta em dias de trabalho extenuante, após uns valentes aperitivos?
O álcool tem a sua importância como desinibidor. O mesmo princípio químico que dava coragem, fibra ou nervo a um soldado napoleónico para enfrentar canhões (ou encarar um matulão que nos quisesse rachar ao meio, a segurar um machado do nosso tamanho) aplica-se ao tipo que bebe mais um trago para ir meter conversa com aquela que, no bar, olhou para ele mais que uma vez. Mas só. Álcool na cama é para esquecer... à excepção da vodka... Não sei o que tem a puta da bebida, mas em pequenos goles, dá algumas noites gloriosas... noites, mesmo. Até ao nascer do sol. E parte da manhã. Não sei porquê...
Md. Dilui-se num dedo de Frize Limão e vai-se beijando a garrafinha, durante uma hora, enquanto se dança. É um caso sério. É tão bom o sexo com
Md como qualquer outra coisa que se faça, com a porcaria da droga no bucho... e sempre com um sorriso estúpido estampado nas fuças...
Mas a minha favorita é a
endorfina, mais uma vez.
Já se leu aqui que durante o acto sexual a mesma é libertada, mas... e se já levarmos uma dose? Pois é. Em minha opinião, o melhor sexo (dez a zero) é o que se faz depois de uma boa dose de exercício. O corpo já vem carregadinho dela e com a que chega depois é o
nec plus ultra... porque ninguém aguenta tanto prazer sem
overload... prztt..tzz...tszzth...pztah
...
Para quem não gosta de sexo, queira apanhar uma pedrada e além disso emagrecer uns quilinhos, recomendo um jejum prolongado. Ao fim de alguns dias começam-se a ver coisas. O corpo liberta psicotrópicos
homemade. Foi esse fenómeno que deu o nome a muitos índios.